Notícias de saúde

Desconhecimento sobre exames preventivos aumenta risco de câncer no útero

03 de dezembro de 2010 (Bibliomed). A falta de informação sobre a importância de exames preventivos como o Papanicolau é um dos principais fatores de atraso no diagnóstico do câncer de colo de útero, tornando a doença mais difícil de ser tratada, segundo especialistas do Hospital A.C.Camargo, em São Paulo. Em estudo com 178 pacientes, a farmacêutica especialista em oncologia Andrezza Lourenço notou que, além do desconhecimento, a ausência de sintomas, e vergonha e medo de contrair a doença durante o exame podem levar as mulheres a negligenciar a ida ao ginecologista, dificultando o diagnóstico precoce da doença.   

Com mais de 18 mil novos casos por ano, o câncer de colo do útero é o terceiro mais comum - depois de pele e mama - entre as mulheres brasileiras. E o novo estudo mostrou que a falta de informação - tanto em relação às mulheres tratadas em um hospital público quanto naquelas atendidas em uma instituição privada - estaria associada ao aparecimento da doença.   

Em sua dissertação de mestrado, a especialista avaliou 74 mulheres com diagnóstico de câncer e 104 com lesões precursoras (doença no estágio inicial), e traçou um perfil dos principais fatores relacionados com o atraso no diagnóstico. Com a pesquisa, a farmacêutica identificou que esse atraso está associado com a precariedade de uma política de saúde que priorize o esclarecimento de dúvidas da população sobre a prevenção.

"As mulheres com lesões precursoras apresentam maior conhecimento sobre exame de Papanicolau e sobre o risco de contaminação pelo vírus HPV, quando comparadas às mulheres com diagnóstico de câncer no colo do útero", destaca a especialista. “Por outro lado, as mulheres que já tinham tratado qualquer outra doença sexualmente transmissível tiveram menos risco de deixar a doença se desenvolver até o estágio avançado”, acrescentou. 

Fatores de risco para o diagnóstico tardio

Em seu estudo, a farmacêutica encontrou seis principais fatores de risco para o diagnóstico tardio da doença:

- não saber a diferença entre exame ginecológico e exame de Papanicolau;
- não achar importante fazer o Papanicolau;
- idade igual ou superior a 35 anos;
- ausência de sintomas e, em razão disso, não fazer exames preventivos;
- ter antecedente de laqueadura - método anticoncepcional -, provavelmente pela falsa sensação, em algumas mulheres, de proteção desse método contra doenças sexualmente transmissíveis (DST);
- ausência de tratamento prévio de DST, pois o acompanhamento médico está associado a orientações para a prevenção.

Fonte: Comunique Assessoria de Comunicação. 01 de dezembro de 2010.

Copyright © 2010 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários