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AIDS: Um invento de laboratório?

01 de dezembro de 2006 (Bibliomed). Mais de 59% da população negra americana acredita que o governo dos Estados Unidos está “escondendo” uma enorme quantidade de informações sobre a AIDS, inclusive informações sobre a cura (53%). Estas e outras teorias de conspiração são compartilhadas por essa população, cujas respostas foram obtidas a partir de um questionário formulado.

Além dessas respostas, 27% dos entrevistados acreditam que a AIDS foi produzida pelos laboratórios governamentais americanos e 16% afirmam que a doença foi criada para controlar o crescimento da população negra.

Bogart e colaboradores conduziram este ensaio telefônico, dirigido a 500 americanos negros, com idades entre 15 e 44 anos. Aos entrevistados perguntou-se se eles acreditavam ou não em algumas “teorias” sobre a AIDS. Os autores também concluíram que a maioria das pessoas que confiavam nestas teorias era composta por homens negros, e que estes eram os que menos davam importância ao uso de preservativos nas suas relações sexuais.

Phil Wilson, diretor executivo do Black AIDS Institute, de Los Angeles, CA, afirmou que: “A teoria de conspiração cria uma atmosfera fatalista, o que gera desesperança nas pessoas, levando-as a não se responsabilizarem pela sua própria saúde, o que finalmente determinaria ou não o uso de preservativos”. É como se raciocinassem: “já que minha saúde está nas mãos de outros (o governo), qual é a finalidade de me proteger? Sendo assim, para que diminuir meu prazer usando preservativos?”.

Esta teoria, enraizada no pensamento de muitos afrodescendentes, é explicada pelas lutas raciais, pela escravidão e pelo preconceito que tomou conta de várias gerações naquele país. A solução, segundo Phil Wilson, seria aumentar a divulgação de negros engajados na luta contra a AIDS, na tentativa de remover esse pensamento, dar maior credibilidade às políticas governamentais americanas e aumentar os métodos de prevenção. Ele ainda completa “Devemos procurar um caminho que salve nossas vidas, sem nos preocuparmos de onde vem este vírus”.

Fonte: The Lancet Infectious Diseases Volume 5 • Number 3 • March 2005.

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