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Homeopatia Pode Ser Mais Efetiva que Placebo

Por Charnicia E. Huggins

NOVA YORK (Reuters Health) - Os defensores de tratamentos alternativos e complementares de saúde podem estar convencidos, a despeito da lacuna nos estudos científicos, que a homeopatia é mais eficaz que a pílula inativa (placebo) no tratamento de certas doenças. Os resultados de uma série de testes recentes sugerem que eles podem estar certos.

Como o autor do estudo David Reilly, do Glasgow Homeopathic Hospital (Hospital Homeopático de Glasgow), explicou à Reuters Health, a homeopatia é um método para estimular ou provocar o corpo a se defender melhor que os métodos convencionais de bloquear as respostas do corpo com o uso de drogas.

"Muita discussão sobre o assunto é dirigida pela crença ou preconceito, e faltam dados", comentou Reilly. No quarto teste da série, a equipe pretendeu fornecer dados testando se, de fato, a homeopatia não é melhor que placebo. Eles estudaram 51 pacientes que sofrem com febre do feno permanente. Do total, 24 pessoas estudadas receberam homeopatia e 27 receberam placebo diariamente durante as quatro semanas que durou o estudo.

Todo o grupo manteve um diário para anotar distúrbios nasais, como medida do fluxo do ar, e sintomas como coriza e espirros, além de sintomas nos olhos e peito.

O estudo foi realizado conforme padrões científicos e incluiu placebo para comparações, designou aleatoriamente os participantes que receberiam tratamento ou placebo e assegurou que participantes e pesquisador não soubessem quem estava tomando a droga homeopática.

Os resultados do estudo publicado em agosto na edição do British Medial Journal mostram que dos 50 pacientes que completaram o estudo, um interrompeu o tratamento. Quem recebeu tratamento homeopático teve 28 por cento de melhora nos problemas nasais enquanto quem recebeu placebo teve melhora de 3 por cento.

Conforme Reilly, os resultados objetivos positivos reforçam os três testes anteriores da série conduzidos com altos padrões (descritos como de "rigor excepcional") e publicados em um artigo anterior no Lanceta. Para o pesquisador há dois meios de interpretar os resultados positivos da série de quatro testes.

A homeopatia funciona e neste caso "temos que explorar o potencial clínico e os desafios científicos ou a homeopatia não funciona e os testes clínicos estão fornecendo uma ferramenta não confiável capaz de levar a falsos resultados positivos preocupantes", disse Reilly.

Os autores admitem que os resultados do estudo são insuficientes para provar a eficácia da homeopatia e declaram que, como qualquer outra terapia, a homeopatia requer testes científicos rigorosos e um único estudo é evidência insuficiente.

"Para possíveis pacientes, enfatizaria que é necessário uma parceria de tratamentos diferentes - não uma coisa ou outra. Sou um médico que às vezes usa homeopatia - mas não é uma cura total ou substituto para o conhecimento convencional", aponta Reilly.

Em editorial comentando o assunto, Tim Lancaster, do Instituto Oxford de Ciências da Saúde, e Andrew Vickers, do Centro de Câncer Memorial Sloan-Kettering em Nova York, reconhecem que os métodos empregados por Reilly e seus colegas foram rigorosos, sendo improvável que os resultados venham de métodos tendenciosos.

Os editorialistas concluem que o novo desafio dos pesquisadores é fazer testes maiores que poderiam realmente mudar a forma de pensar sobre a homeopatia.

Sinopse preparada por Reuters Health

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