Notícias de saúde

Plantadores de Banana na Nicarágua Querem Processar Empresas

EL VIEJO, Nicarágua (Reuters) - Francisca Picado afirma que seu filho Juan Carlos tem 23 anos. Mas qualquer um lhe daria 13 ou 14 anos, em razão da misteriosa doença que deformou seus membros e o deixou com pouco mais que pele e ossos.

Para Picado, seu filho é apenas mais uma vítima do DBCP, ou dibromocloropropano, um dos pesticidas usados nas plantações de banana nos anos 70 na Nicarágua. Segundo os trabalhadores das plantações, 22 mil pessoas foram contaminadas, direta ou indiretamente, e doenças relacionadas com o DBCP já mataram ao menos 83 de seus colegas.

Na capital do país, Manágua, a 144 quilômetros do local das contaminações, cerca de cem trabalhadores de bananais acamparam na frente do Parlamento este mês para pedir ajuda.

Eles querem processar empresas como a Royal Dutch/Shell Group, pela produção do DBCP, e a Standard Fruit Company, a Brands International Inc. e a Dole Food Co Inc., por terem usado o produto, disse Victor Espinales, líder da Associação de Plantadores de Banana e ex-Plantadores de Banana.

A indústria da banana é uma das mais importantes do empobrecido país. Ela emprega diretamente cerca de 5.000 pessoas e faturou 13,5 milhões de dólares no ano passado com exportações.

Como resultado da pressão, os congressistas nicaraguenses começaram a debater neste mês as propostas apresentadas pelos agricultores em 1996. Essas propostas permitiriam que Picado e outras supostas vítimas do DBCP dessem início a uma ação coletiva contra as empresas para que fosse obtida uma indenização. Se aprovada, a lei seria a primeira do tipo na história do país.

Sinopse preparada por Reuters Health

Copyright © 2000 Reuters Limited. All rights reserved. Republication or redistribution of Reuters Limited content, including by framing or similar means, is expressly prohibited without the prior written consent of Reuters Limited. Reuters Limited shall not be liable for any errors or delays in the content, or for any actions taken in reliance thereon.

Faça o seu comentário
Comentários