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Epididimite

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste artigo:

- Introdução
- O que é
- Causas
- Fatores de risco
- Sintomas
- Diagnóstico
- É perigoso? Pode causar infertilidade?
- Tratamento
- Quando procurar um médico com urgência?
- Considerações finais

Introdução

A dor no testículo é um sintoma que assusta qualquer homem, e não é para menos. Afinal, qualquer alteração nessa região costuma causar preocupação, seja pelo desconforto físico, seja pelo medo de doenças mais graves. Um dos problemas que pode causar dor testicular é a epididimite, uma inflamação que, embora geralmente benigna, precisa de atenção médica para evitar complicações.

Neste artigo, vamos explicar de forma clara o que é a epididimite, porque ela acontece, quais os sintomas mais comuns, como é feito o diagnóstico, os tipos de tratamento e o que fazer para prevenir o problema.

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O que é

A epididimite é uma inflamação do epidídimo, uma estrutura que fica atrás do testículo, em forma de tubo, e que tem como função armazenar e transportar os espermatozoides. Quando essa estrutura fica inflamada, pode causar dor, inchaço e desconforto na região escrotal.

A condição pode surgir de forma súbita (epididimite aguda) ou evoluir aos poucos (epididimite crônica). A maioria dos casos é causada por infecção, especialmente por bactérias que sobem do canal da urina até o epidídimo.

Causas

As causas da epididimite variam conforme a idade e o histórico de saúde do paciente. Em geral, as principais causas são:

1. Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

Em homens jovens e sexualmente ativos, os agentes mais comuns são as bactérias Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, que são transmitidas por contato sexual desprotegido.

2. Infecções urinárias

Em homens mais velhos, a inflamação costuma estar relacionada a infecções urinárias, especialmente por bactérias como Escherichia coli, que podem atingir o epidídimo por refluxo da urina.

3. Outros fatores menos comuns

Uso de sonda urinária ou cateter
Cirurgias ou exames urológicos recentes
Traumas na região genital
Uso de medicamentos como amiodarona (para problemas cardíacos)
Reações inflamatórias não infecciosas

Fatores de risco

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver a doença:

Ter relações sexuais sem camisinha
Ter múltiplos parceiros sexuais
Ter histórico de ISTs
Uso prolongado de sonda vesical
Hiperplasia prostática (próstata aumentada)
Ter feito cirurgia recente nas vias urinárias
Imunidade baixa (como em pessoas com HIV, câncer ou diabéticos mal controlados)

Sintomas

O sintoma mais característico é a dor em um dos testículos, geralmente do lado direito ou esquerdo, que pode começar leve e ir piorando com o tempo. Outros sinais incluem:

Inchaço ou aumento do volume escrotal
Vermelhidão e sensação de calor na pele do saco escrotal
Dor ao urinar (disúria)
Secreção saindo pela uretra (ponta do pênis)
Febre (em casos mais graves)
Sensação de peso ou desconforto na virilha

É comum que os sintomas piorem ao caminhar ou ficar em pé por longos períodos. Em alguns casos, pode haver dor durante a relação sexual ou após a ejaculação.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, ou seja, feito com base na história que o paciente conta e no exame físico. O médico examina o escroto, procura por sinais de inflamação, avalia se a dor melhora com a elevação do testículo e observa a presença de secreção.
Alguns exames complementares podem ser pedidos:

Ultrassom com Doppler: avalia o fluxo de sangue e descarta torção testicular (uma emergência).
Exame de urina (EAS): detecta sinais de infecção urinária.
Cultura de urina ou secreção uretral: identifica a bactéria causadora.
Exames de sangue: como o hemograma e a PCR (inflamação).
Testes para ISTs: como sífilis, HIV e hepatites.

É perigoso? Pode causar infertilidade?

Na maioria dos casos, a epididimite é tratável e não deixa sequelas. No entanto, quando não tratada adequadamente, pode causar complicações como:

Abscesso escrotal (acúmulo de pus)
Infertilidade (especialmente em casos bilaterais ou crônicos)
Orquite (inflamação do testículo associado)
Dor escrotal crônica
Necrose do testículo (raro, mas grave)

Por isso, é fundamental procurar atendimento médico ao perceber qualquer dor testicular ou alteração escrotal.

Tratamento

O tratamento depende da causa e da gravidade. Na maioria dos casos, envolve uso de antibióticos e medidas de apoio. Pode ser feito em casa ou no hospital, dependendo do caso.

Tratamento em casa (casos leves)

Antibióticos:

Para ISTs: ceftriaxona injetável + doxiciclina por via oral por 10 dias
Para infecção urinária: ciprofloxacino ou levofloxacino por 10 a 14 dias

Repouso: evitar atividades físicas intensas
Elevação escrotal: usar cueca justa ou toalha dobrada sob o escroto
Compressas frias: 2 a 3 vezes ao dia, por 15 a 20 minutos
Analgésicos e anti-inflamatórios: como dipirona ou ibuprofeno
Hidratação oral e higiene íntima adequada

Tratamento hospitalar (casos graves)

Uso de antibióticos na veia
Internação para observação
Cirurgia nos casos de abscesso ou necrose (drenagem ou, raramente, retirada do epidídimo/testículo)

Quais cuidados o paciente deve ter durante o tratamento?

Evitar relações sexuais até o término do tratamento
Usar preservativo em todas as relações futuras
Avisar o(s) parceiro(s) sexual(is), que também devem ser avaliados
Manter boa hidratação
Não interromper o antibiótico antes do tempo, mesmo que melhore
Retornar ao médico se a dor não melhorar em 3 dias

Prevenção

A melhor forma de prevenir a epididimite é evitar as causas conhecidas, especialmente as infecções sexualmente transmissíveis. Veja algumas dicas importantes:

Use camisinha em todas as relações sexuais
Tenha um parceiro fixo ou pratique sexo seguro
Evite segurar a urina por muito tempo
Trate rapidamente infecções urinárias
Higienize bem a região genital diariamente
Em caso de uso de sonda urinária, siga rigorosamente as orientações médicas
Mantenha consultas regulares com o urologista, principalmente em caso de repetição de sintomas

Quando procurar um médico com urgência?

Procure o pronto-socorro imediatamente se apresentar:

Dor súbita e intensa no testículo
Febre alta persistente
Inchaço escrotal rápido e doloroso
Secreção purulenta pela uretra
Dor que piora mesmo com uso de remédios
Vermelhidão intensa ou endurecimento da bolsa escrotal

Esses sinais podem indicar complicações, como abscesso ou até mesmo uma torção testicular, que exige cirurgia imediata.

Considerações finais

A epididimite é uma inflamação do epidídimo que, quando diagnosticada e tratada corretamente, tem excelente prognóstico. Apesar de causar muito desconforto, a maioria dos casos se resolve com antibióticos e repouso. O mais importante é não ignorar a dor testicular, procurar atendimento médico o quanto antes e seguir corretamente as orientações.

Com medidas simples de prevenção, especialmente o uso de preservativos e o tratamento adequado das infecções urinárias, é possível reduzir bastante o risco dessa condição.