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Artrite Reumatóide e Gravidez

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste artigo:

- Introdução
- Sintomas
- Exames
- Tratamento
- Medicamentos
- Cuidados

Introdução

A Artrite Reumatóide é uma doença inflamatória que afeta 2% da população em geral, sendo duas vezes mais comum entre as mulheres.

A maioria das mulheres portadoras de artrite reumatóide consegue passar pelo período de gestação sem maiores contratempos, e a doença não parece afetar de qualquer maneira o desenvolvimento do bebê.

A bem da verdade, não é raro encontrar mulheres que relatam melhor dos sintomas da artrite durante a gravidez. Contudo, cerca de 30% das gestantes portadoras de artrite reumatóide apresenta doença mais ativa ou mais severa durante a gravidez, necessitando alterações no tratamento.

Além disso, alguns sintomas da gravidez, tais como náuseas e vômitos, podem interferir com a absorção dos medicamentos antirreumáticos, facilitando a ocorrência de surtos da doença.

Sintomas

Os principais sintomas que sugerem artrite reumatóide em atividade são rigidez matinal nas articulações e cansaço fácil.

Assim como ocorre fora da gravidez, as articulações mais afetadas são as pequenas articulações das mãos, os punhos, os ombros, o pescoço, os joelhos e os tornozelos

Exames

Os exames de sangue são os mesmos empregados em qualquer gravidez normal. Contudo, uma vez que a gravidez pode piorar a anemia típica da artrite reumatóide, é preciso manter uma boa vigilância neste sentido, com exames de sangue periódicos.

Também é importante realizar testes que detectar efeitos adversos relacionados aos medicamentos antirreumáticos.

Tratamento

Nenhuma das medicações utilizadas no tratamento da artrite reumatóide é completamente segura durante a gestação. A decisão de utilizar um ou outro medicamento deve ser tomada após uma avaliação criteriosa dos riscos e benefícios.

Sempre que possível, a dor nas articulações deve ser controlada através de medidas não-medicamentosas, tais como compressas locais e repouso. Durante o primeiro trimestre de gravidez, recomenda-se suspender a maioria das drogas antirreumáticas.

Medicamentos

Como visto anteriormente, durante a gestação pode ser necessário suspender alguns medicamentos, contudo, às vezes se faz necessário o uso de algumas drogas para controlar a doença. Então, quais medicamentos as gestantes podem tomar?

- Antiinflamatórios

Os antiinflamatórios podem interferir com a implantação do embrião. Por este motivo, devem ser suspensos caso a mulher esteja pensando em engravidar. Outros possíveis efeitos colaterais dos antiinflamatórios incluem aumento da hemorragia e do tempo de trabalho de parto.

Os antiinflamatórios também podem causar problemas no bebê, incluindo má-formações cardíacas, alterações no funcionamento dos rins e aumento do risco de hemorragias. Para evitar estas complicações, os antiinflamatórios devem ser suspensos pelo menos seia a oito semanas antes do parto.

- Corticosteróides

Os corticosteróides são antiinflamatórios potentes e considerados relativamente seguros na gestação, desde que utilizados em doses baixas. Contudo, eles podem aumentar o risco de hipertensão, diabetes, osteoporose e parto precoce.

Se não houver jeito, os corticosteróides considerados menos arriscados na grávida incluem hidrocortisona, cortisona e prednisona, sempre na menor dose possível.

- Metotrexate

Devido ao risco de má-formações fetais e aborto, o metotrexate jamais deve ser utilizado em gestantes. O risco é ainda maior quando o medicamento é tomado no primeiro trimestre de gestação.

Uma vez que os resíduos de metotrexate possuem uma meia-vida longa no sangue, a droga deve ser suspensa pelo menos 3 meses antes da concepção, mantendo-se o uso de ácido fólico ao longo do restante da gravidez.

- Azatioprina

A azatioprina pode ser empregada se os benefícios forem maiores que os riscos. Esta droga não parece aumentar o risco de má-formações, mas alguns estudos sugerem que a azatioprina pode resultar em bebês de baixo peso para a idade gestacional, retardo no desenvolvimento intra-uterino e parto prematuro.

- Sulfassalazina

Estudos realizados em gestantes com Doença Inflamatória Intestinal mostraram que a sulfassalazina não está associada a problemas com o feto.

- Hidroxicloroquina

Apesar da hidroxicloroquina atravessar a barreira placentária, não foram encontrados sinais de toxicidade fetal em doses terapêuticas. Ainda assim, existe o risco da droga provocar alterações na retina do bebê. Se possível, até mesmo por segurança, a droga pode ser suspensa nas gestantes com artrite reumatóide sob controle.

Cuidados

Após o parto, as pacientes devem continuar seu acompanhamento devido ao maior risco de crises. Mulheres em uso de azatioprina, metotrexate, ciclofosfamida ou ciclosporina não devem amamentar. A sulfassalazina e a hidroxicloroquina também são secretadas no leite materno e, por este motivo, devem ser utilizadas com cautela. Os antiinflamatórios aumentam podem aumentar o risco de icterícia neonatal. Em doses de até 40 mg/dia, a prednisona é considerada segura.

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