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O aumento do consumo de produtos que contenham a soja
pode levar a importante redução nos níveis de colesterol, informa um novo estudo
publicado na revista Archives of Internal Medicine do mês de outubro de 1999.
Pesquisadores do Wake Forest University Baptist Medical Center, na Carolina do
Norte, Estados Unidos, verificaram que as pessoas que consomem produtos à base de soja e
que contenham grandes quantidades de isoflavonas (que são os estrógenos vegetais)
apresentaram uma redução substancial nos níveis do chamado "colesterol ruim",
o LDL ("low-density lipoprotein") e nos níveis do colesterol total, em
apenas 9 semanas. Entretanto, a soja que contenha níveis baixos de isoflavonas não é
capaz de reduzir o colesterol.
O efeito cardioprotetor das isoflavonas se deve provavelmente às suas muitas semelhanças
químicas e biológicas ao estrógeno dos mamíferos, informa o estudo.
Os 156 participantes do estudo (homens e mulheres saudáveis) foram divididos em 5 grupos,
que receberam durante nove semanas 4 tipos de dietas de soja e de baixo nível de
colesterol, cada qual com uma quantidade diferente de isoflavona - 3, 27, 37 ou 62
miligramas (mg) de isoflavona por dia. O 5o grupo recebeu a mesma dieta, porém
sem isoflavonas.
Os melhores resultados foram obtidos no grupo que consumiu os 62 mg/dia de isoflavona na
dieta - neste grupo, os participantes apresentaram uma redução do colesterol total em 4%
e do LDL em 6%. Entre os participantes níveis de colesterol mais altos (aqueles maiores
do que 164 mg/dL), os efeitos da dieta foram ainda mais evidentes - nestas pessoas, os
níveis de colesterol caíram em 9% (total) e em 10% (LDL) .
Os grupos que consumiram dietas pobres em isoflavona (3 mg) ou sem isoflavona, não
apresentaram redução nos níveis de colesterol.
Não se sabe exatamente como funcionam as isoflavonas, conclui o estudo, mas elas
necessitam da proteína da soja para funcionar - trabalhos anteriores mostram que, sem a
proteína da soja presente, as isoflavonas não conseguem reduzir o colesterol.
Fonte: Archives of Internal Medicine 1999;159:2070-2076
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