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Anticoagulantes pós stent podem ser suspensos antes do que se imaginava

05 de janeiro de 2022 (Bibliomed). Pacientes que foram submetidos à cirurgia para colocação de stent podem parar de tomar anticoagulantes mais cedo do que se pensava, afirma novo estudo conduzido por pesquisadores do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos.

Os pacientes recebem regularmente anticoagulantes por um ano ou mais após a angioplastia. Isso é para garantir que o sangue não coagule dentro do stent de metal que agora mantém sua artéria aberta, o que pode causar um ataque cardíaco ou derrame. Contudo, os cardiologistas estão prescrevendo esses anticoagulantes por mais tempo do que o necessário porque as diretrizes são baseadas em dados de ensaios clínicos que se tornaram desatualizados, de acordo com novas descobertas.

As diretrizes agora exigem que a maioria dos pacientes tome aspirina e anticoagulante por mais de um ano e até 30 meses para evitar a formação de coágulos sanguíneos em seu stent. No entanto, essa orientação é baseada em um único ensaio clínico realizado há cerca de uma década.

Os autores suspeitaram que as melhorias na tecnologia do stent provavelmente mudaram a equação, tornando desnecessários para muitos anticoagulantes de longo prazo. Os stents mais recentes têm uma estrutura mais fina e são revestidos com drogas de liberação prolongada, que reduzem o risco de coagulação e, portanto, a necessidade de anticoagulantes.

Para provar essa teoria, os pesquisadores coletaram dados de mais de 8.800 pacientes que participaram do ensaio clínico original. Eles os compararam a mais de 568.000 pacientes atuais com problemas cardíacos semelhantes e descobriram que os pacientes modernos eram realmente mais propensos a receber um stent de segunda geração e também eram mais propensos a receber tratamento para um ataque cardíaco do que para dores no peito. Essas diferenças significam que os pacientes são mais propensos a serem prejudicados por anticoagulantes de longo prazo do que ajudados.

Os pacientes que tomam anticoagulantes de longo prazo têm duas vezes mais chances de sofrer sangramento perigoso, mas não obtêm mais nenhum benefício significativo na redução da coagulação dentro do stent ou na prevenção de ataque cardíaco ou derrame.

Segundo os autores, esses resultados devem levar os cardiologistas a reconsiderar o período de tempo que os pacientes de stent tomam anticoagulantes, uma vez que mostram que os efeitos do tratamento prolongado de anticoagulantes têm aplicabilidade limitada com a prática atual de angioplastia e os tipos de dispositivos disponíveis.

Fonte: Circulation. DOI: 10.1161/CIRCULATIONAHA.121.056878.

Copyright © 2022 Bibliomed, Inc.

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