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Pesquisa liga antidepressivos ao risco de sangramento gastrointestinal

11 de julho de 2008 (Bibliomed). Uma classe de antidepressivos chamados de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), largamente prescrita pelos médicos, pode estar associada a sangramentos no trato gastrointestinal, segundo pesquisa da Universidade de Miami. Nos testes, antidepressivos como o Prozac, o Paxil e o Zoloft foram associados a hemorragias, principalmente se tomados junto a analgésicos.

Outros estudos já haviam indicado esses efeitos adversos dos medicamentos, mas alguns especialistas minimizam esse impacto dizendo que, além das evidências não serem conclusivas, a descontinuidade do tratamento pode trazer conseqüências ainda maiores com a depressão.

Porém, segundo os autores e alguns especialistas de saúde pública, os impactos desses resultados, se forem confirmados, podem ser significativos. Por isso, os pacientes devem sempre saber sobre os riscos e benefícios das terapias.

Avaliando 1321 pacientes com sangramento no trato gastrointestinal superior, em relação a 10 mil pacientes sem o problema, os pesquisadores observaram que mais pessoas com a hemorragia estavam tomando ISRS – 5,3%, contra 3% do grupo controle.

Além disso, havia um aumento de cinco vezes no risco de sangramento gastrointestinal entre aqueles que tomavam, ao mesmo tempo, os antidepressivos e drogas antiinflamatórias não-esteróides, como analgésicos, ou corticosteróides.

Baseados nesses números, os autores estimam que, para cada 2 mil pessoas tratadas com um desses antidepressivos, haveria um caso de hemorragia gastrointestinal. Mas quando os antiinflamatórios não-esteróides são adicionados, haveria um aumento drástico nos riscos de sangramento – um caso para cada 250 pacientes tomando os dois medicamentos.

Por causa dos resultados, os especialistas recomendam cuidado. "O risco provavelmente parece real, mas é leve se você não estiver tomando medicações concomitantes. Se você está tomando esses antidepressivos juntamente com outras medicações, tenha isso em mente e discuta com seu médico", concluíram.

Fonte: Archives of General Psychiatry. Julho de 2008.

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