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Avaliação da qualidade de vida de crianças com paralisia cerebral

23 de julho de 2007 (Bibliomed). A paralisia cerebral é um transtorno neurológico decorrente de má perfusão sanguínea do sistema nervoso central, usualmente no período do parto. Este insulto metabólico conduz à morte dos neurônios, fato que culmina em problemas motores decorrentes de rigidez muscular, paralisias e distúrbios cognitivos diversos, que são variáveis e se correlacionam à área do cérebro que foi mais afetada pela baixa oferta de oxigênio.

Pouco se sabe acerca da qualidade de vida das crianças portadoras de paralisia cerebral, segundo revela um grupo de pesquisadores, em estudo da revista The Lancet, de junho de 2007. A pesquisa pautou-se na mensuração subjetiva da qualidade de vida destes indivíduos, bem como na análise dos fatores que a influenciam e na comparação dos resultados encontrados, com os verificados na população geral.

Participaram do estudo 818 crianças, portadoras de paralisia cerebral, com idades entre 8 e 12 anos, das quais 61% responderam a um questionário acerca de sua qualidade de vida. Os resultados revelaram que a limitação física severa se associou aos piores escores de qualidade de vida. Da mesma forma, a deficiência intelectual, relacionou-se com distúrbios do humor, das emoções e menor autonomia. As dificuldades de linguagem foram um fator limitante das crianças doentes se relacionarem com seus familiares.

A dor e as restrições físicas foram os principais preditores de má qualidade de vida nas crianças com paralisia cerebral. Por sua vez, verificou-se que as crianças doentes possuem qualidade de vida similar a relatada por crianças normais, exceto nos domínios escolar e de atividade física.

As crianças com paralisia cerebral devem ser integradas a programas de inclusão social e estimuladas pelos familiares. Tais medidas possuem inegável impacto positivo na sua qualidade de vida.

Fonte: The Lancet 2007; 369 (9580): 2171 – 2178 (30 June).