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Adolescência: mudanças hormonais e alto risco para depressão

01 de junho de 2007 (Bibliomed). A adolescência é um período de incontáveis transformações. O corpo, a voz, o comportamento, enfim, o indivíduo, antes na infância, começa a enfrentar a transição para a vida adulta. Isso gera importantes conflitos, tanto psicológicos quanto sociais. E, pode-se dizer que, em linhas gerais, os principais responsáveis por essas modificações são os hormônios.

Meninos e meninas apresentam uma propensão significativa de desenvolver transtornos depressivos durante a adolescência. Entretanto, nota-se que essa situação é quase duas vezes superior entre os indivíduos do sexo feminino. A hipótese sugerida para tal fato é que o cérebro das adolescentes parece ser mais vulnerável às flutuações hormonais, nessa etapa da vida.

O Current Psychiatry on line publicou, em maio deste ano, um artigo que aborda o tema depressão entre adolescentes do sexo feminino, explorando justamente as alterações hormonais como potentes agentes causais.

De acordo com a publicação, todos os cérebros apresentam três etapas de diferenciação: fetal, infantil e puberal. Entretanto, nessa última, os cérebros femininos enfrentam não somente a presença do estrógeno, mas a introdução de novas substâncias produzidas pelos ovários: a progesterona e a testosterona. Além dessas, neurohormônios e neuroquímicos também surgem, como a ocitocina (que reforça o vínculo social e íntimo) e a dopamina (que estimula a motivação e o prazer).

Essas alterações hormonais poderiam provocar mudanças na expressão gênica e afetar o desenvolvimento neurológico. Esses podem ser os primeiros passos para o surgimento da depressão na faixa etária puberal feminina, juntamente aos fatores estressantes externos. Diferentemente do sexo feminino, o cérebro masculino não possui essa capacidade de responder a essas mudanças hormonais, provavelmente devido à exposição intra – útero de andrógenos. Contudo, essas variações não ocorrem em todas as mulheres de forma semelhante, sendo possivelmente o fator genético o mais importante contribuinte, assim como uma história familiar positiva.

O tratamento de certos casos pode ser feito com o uso de contraceptivos, com o intuito de diminuir as flutuações hormonais, assim como o uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina. O emprego de sessões de psicoterapia também pode ser auxiliar nesses casos.

Fonte: Current Psychiatry on line; 6 (5) (May 2007)

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