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Pesquisa da equipe de Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto sobre epilepsia recebe prêmio

Belo Horizonte, 18 de Janeiro de 2002 (Bibliomed). Um estudo sobre a epilepsia desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), em São Paulo, foi premiado durante o Congresso Brasileiro de Neurofisiologia Clínica. A pesquisa, que contou com a tecnologia existente em laboratórios do Hospital das Clínicas da FMRP-USP, visava analisar se o tempo de ocorrência da epilepsia influencia no grau de alterações das células cerebrais dos pacientes que sofrem de um tipo específico de epilepsia que afeta os lobos temporais do cérebro.

A epilepsia se caracteriza pela recidiva de episódios convulsivos, como produto de uma lesão estrutural no cérebro ou, às vezes, sem comprovação de lesão prévia. A doença é crônica e deve ser controlada por medicamentos. Durante uma crise, o paciente apresenta convulsões, contrações musculares e dores, perde controle sobre os movimentos e, muitas vezes, parece desmaiar. Apesar de observada desde a antigüidade, a epilepsia ainda não tem causas bem definidas.

Os pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto observaram grupos de pacientes com pouco e com muito tempo de apresentação de crises epilépticas. A comparação dos dois grupos mostrou que o tempo não determina alterações na estrutura do hipocampo (região do cérebro). Esse resultado sugere que as crises sofridas ao longo do tempo não alteram a condução de informações efetuadas pelos neurônios - células cerebrais. Foram utilizadas técnicas sofisticadas de processamento e análise de tecidos, além de realizar avaliações de aspectos clínicos.

O estudo foi orientado pelo professor do Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica da FMRP-USP, João Pereira Leite. Participaram também da pesquisa premiada o médico do Centro de Cirurgia em Epilepsia do HC FMRP-USP, Dr. Tonicarlo Rodrigues Velasco e da neurologista Dra. Letícia Sales. Outros colaboradores foram os neurocirurgiões Dr. Carlos Gilberto Carlotti Júnior e Dr. João Alberto Assirati, do Departamento de Cirurgia da FMRP-USP. O orientador do estudo premiado informa que o próximo passo será voltado para a observação da ocorrência do mesmo fenômeno em pacientes jovens.

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