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Estudo das Proteínas Deve Ser Próximo Desafio do Genoma

15 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). Os cientistas que estudam o genoma humano ficaram surpresos ao descobrir que um ser humano tem somente o dobro dos genes de um verme, mas suas descobertas abrem uma nova fronteira a pesquisadores públicos e privados de áreas semelhantes: o estudo das proteínas.

Os dois estudos separados, publicados nas revistas Science e Nature na segunda-feira, descobriram que as pessoas possuem somente 30 mil a 40 mil genes em vez dos 60 mil a 100 mil, número estimado anteriormente.

Os cientistas envolvidos no trabalho disseram que isso significa que os genes podem não guardar todos os segredos de cura de doenças, criação de drogas personalizadas e prognóstico de pessoas sob risco de certas condições como doenças cardíacas.

Ao contrário, parece que cada gene pode ser responsável por diversas proteínas diferentes, dependendo das circunstâncias. Em vez de ter que compreender os 30 mil a 40 mil genes, os pesquisadores vão ter que aprender sobre 250 mil proteínas diferentes.

"Grande parte da biologia acontece no nível protéico, e não no nível do DNA", disse Craig Venter, presidente da Celera Genomics, em Rockville, Maryland, empresa que sequenciou uma versão do genoma.

"A indústria de medicamentos vem dizendo: um gene, uma patente, uma droga. Mas os usos desse avanço podem ser contados nos dedos", afirmou Venter.

Diversas empresas perceberam essa mudança e vêm se preparando para analisar genes conhecidos para avanços médicos.

A nova ciência - e a nova indústria - é chamada proteômica.

"Agora, a Celera se voltou à proteômica e entrou na corrida contra doenças como o câncer", acrescentou Venter.

O laboratório Bristol-Myers Squibb também. Mark Cockett, diretor-executivo de genoma funcional da empresa, disse que as descobertas oferecem muitas oportunidades aos laboratórios.

"As empresas possuem somente medicamentos contra 500 alvos de drogas", disse Cockett. "Mesmo se descobrirmos somente 5.000 novos alvos, isso ainda é de maior magnitude", avaliou Cockett.

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