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Aspirina previne Derrames Recorrentes em Alguns Pacientes

NEW YORK, (Reuters Health) - Dar aspirina para pacientes com o tipo mais comum de derrame tão logo cheguem ao hospital pode ajudar a prevenir derrames recorrentes nos dias seguintes.

E, embora considere-se que a aspirina aumente o risco de sangramento no cérebro, os benefícios potenciais da aspirina parecem sobrepujar os riscos na maioria das pessoas, sugerem os pesquisadores.

"Terapia precoce com aspirina deve ser usada mais abertamente," disse o Dr. ZhengMing Chen, da Universidade de Oxford, Reino Unido, em declaração divulgada pela Associação Americana do Coração (American Heart Association). "Se alguém vier ao hospital com ataque isquêmico agudo, comece aspirina tão cedo quanto possível e continue a terapia a longo prazo."

Um ataque isquêmico ocorre quando um coágulo sangüíneo ou outro obstáculo interfere no fluxo sangüíneo cerebral. Em contraste, um ataque hemorrágico é causado por sangramento dentro do cérebro. Aproximadamente 80% dos ataques são isquêmicos e 20% são hemorrágicos, embora possa ser difícil a distinção entre eles antes da realização de exames.

A Aspirina pode ser potencialmente perigosa se usada para tratar um ataque hemorrágico, porque pode provocar sangramento.

O Dr. Chen e colaboradores basearam seus achados nos resultados de dois estudos que avaliaram o uso da aspirina em pacientes com suspeita de ter tido ataque isqûemico. Cada estudo incluiu mais de 20.000 participantes, que foram todos arrolados dentro de 48 horas do início dos sintomas do derrame. Em ambos os estudos, um grupo de participantes ingeriu uma dose diária de aspirina. Em um dos estudos, as pessoas que não estavam tomando aspirina tomaram placebo (inativo), enquanto no outro, eles não tomaram nenhuma medicação.

Entre as pessoas que tomaram aspirina, ocorreram nove mortes a menos ou ataques isquêmicos não fatais durante a hospitalização por 1.000 pessoas, comparado com as pessoas que não estavam tomando aspirina, relatam os pesquisadores no Stroke: Journal of the American Heart Association. E os benefícios foram similares em todos os grupos de pessoas, de acordo com o estudo. De uma maneira geral, 8,2% dos pacientes tomando aspirina morreram ou passaram por um segundo ataque não fatal no hospital comparados com 9,1% dos pacientes que não estavam em uso de aspirina.

O efeito da aspirina no sangue, que ajuda o sangue a passar por vasos sanguíneos obstruídos, pode ser "salvador da vida" para pessoas tendo um ataque isquêmico, mas os pesquisadores temiam que, a aspirina, pudesse causar ataques hemorrágicos em algumas pessoas. Mas a aspirina não pareceu ter este efeito, indica o estudo. Pessoas com ataque hemorrágico não deveriam ser incluídas neste estudo, mas aproximadamente 800 foram colocadas por engano. Neste grupo, entretanto, aqueles que receberam aspirina não se comportaram pior do que aqueles que não receberam a droga.

Uma forma de se determinar se o ataque foi causado por sangramento ao invés de obstrução por coágulo ou outro bloqueio é usar a tomografia computadorizada (TC). Este exame provavelmente deveria ser feito antes de se administrar a aspirina, se puder ser feito rapidamente, afirmam os autores. Mas se uma TC não está prontamente disponível, "não há uma boa justificativa para retardar a administração da aspirina" a pessoas com suspeita de ter um ataque isquêmico.

"Nós devemos limitar o número de pacientes hemorrágicos que tomam aspirina, mas também é importante dar tratamento àqueles que podem se beneficiar de imediato", disse o Dr. Chen em sua declaração.

FONTE: Stroke 2000;31.

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