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Cirurgiões mais Velhos nem Sempre São os Mais Experientes

WASHINGTON (Reuters) - Os cirurgiões mais velhos podem não ser necessariamente melhores ou mais experientes, segundo pesquisadores norte-americanos.

Os cientistas verificaram que os cirurgiões que realizaram uma operação comum para prevenir derrame por mais de 20 anos foram mais propensos que cirurgiões menos experientes a perder pacientes.

Segundo os pesquisadores, as conclusões provavelmente também se aplicam a outras operações.

Isso não significa que experiência não conta. O estudo da equipe de Liam O'Neill, da Universidade de Cornell, em Nova York, também verificou que os cirurgiões que operaram uma vez ao ano ou menos foram três vezes mais propensos a que seus pacientes morressem.

Os cirurgiões mais velhos tiveram um índice pior ao realizar o procedimento conhecido como endarterectomia de carótida, informaram os pesquisadores na última edição do informativo médico Neurology.

Os médicos que operam há muito tempo podem não estar atualizados com a tecnologia mais recente, sugeriram os pesquisadores.

"Verificamos que os cirurgiões que realizaram endarterectomia de carótida e que obtiveram seu registro há 20 anos ou mais tiveram as mais altas taxas de mortalidade entre os pacientes, cerca de um em cada 100", informou em declaração O'Neill, professor assistente.

Durante a operação, os cirurgiões raspam o material que obstrui a artéria carótida, uma das duas artérias principais para o fornecimento de sangue para cabeça. O material que causa o bloqueio pode romper e provocar um derrame, mas a retirada da placa da artéria é um procedimento delicado.

Os pesquisadores estudaram dados de cerca de 13 mil operações realizadas por 532 médicos durante um período de dois anos na Pensilvânia.

A equipe verificou que os neurocirurgiões apresentaram menor propensão a que seus pacientes morressem, mas como os cirurgiões tinham feito a operação pelo menos três vezes em dois anos, não tiveram um risco maior que a média dos pacientes morrerem.

"O tempo na prática cirúrgica foi mais importante que o volume de cirurgia como um prognóstico do resultado do paciente", escreveram os pesquisadores.

Arthur Hartz, integrante da equipe e ligado à Universidade de Iowa, informou que participou de outro estudo em que foram encontrados resultados similares com médicos que fizeram cirurgias de bypass cardíaco.

"Nossos resultados e os do dr. Hartz certamente levantam algumas questões interessantes sobre um volume cirúrgico limite aceitável e outras características que autorizam mais pesquisas", disse O'Neill.

Outros estudos mostraram que hospitais e clínicas com grande volume em certas operações tiveram uma taxa de sucesso melhor.

Sinopse preparada por Reuters Health

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