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Biotecnologia Prepara Produção de Vasos Sanguíneos

Por Cathy Clark

ATLANTA (Reuters Health) - Vasos sanguíneos com tecido humano produzido por biotecnologia poderão estar disponíveis dentro de 10 a 20 anos, segundo cientistas que participaram da 19a conferência anual dos repórteres de ciências, da American Medical Association.

Os pesquisadores já produziram artérias e veias a partir de células de vasos sanguíneos de porco e vaca, mas ainda não houve sucesso na aplicação da técnica a tecidos humanos, que apresenta desafios adicionais, conforme Laura Niklason, professora assistente do Departamento de Engenharia Biomédica e Anestesia da Universidade de Duke, em Durhan (Carolina do Norte).

"Fizemos alguns estudos piloto com células de vasos sanguíneos humanos, mas eles não se desenvolveram tão bem quanto os de animais", explicou Niklason. Conforme a pesquisadora, a engenharia genética ou o uso de células-tronco são alternativas que podem ser bem-sucedidas na produção de artérias e vasos humanos.

"Ainda existem muitas questões para serem resolvidas", disse Niklason. "Os cientistas precisam compreender como as células vasculares criam uma matriz capaz de imitar as artérias originais", explicou a pesquisadora.

Os pesquisadores desenvolveram esses vasos a partir de células da musculatura lisa colocadas sobre uma base constituída por finas fibras de uma substância biodegradável ou colágeno. A base é colocada depois em um biorreator que contém uma bomba pulsátil e é enchido com meio de cultura.

Durante seis a oito semanas, as células se multiplicam, preenchendo os vários espaços vazios entre as fibras para formar um tecido sólido, enquanto simultaneamente a base de fibra vai se degradando.

As células injetadas no interior de um novo vaso formado artificialmente formam um revestimento que desestimula a coagulação, conforme Niklason.

"O objetivo era produzir tecido arterial com o mínimo de material não biológico para implante", disse Niklason. Os vasos sanguíneos artificiais trariam esperança para pacientes como os que necessitam de cirurgia de bypass na artéria coronária (safena) ou com grave doença cardiovascular.

"Estima-se que 100 mil pacientes por ano tenham necessidade de safena no coração ou nas pernas, mas não têm artérias em boas condições para serem utilizadas na cirurgia", observou Niklason.

O sistema é projetado para produzir vasos de comprimentos arbitrários para acomodar as quantidades de vasos requeridos para vários procedimentos.

Sinopse preparada por Reuters Health

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