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Mulheres usam mais ansiolíticos do que o ideal

25 de maio de 2012 (Bibliomed). A maioria das mulheres que usa ansiolíticos o faz com receita médica, mas, apesar de receberem acompanhamento especializado, não têm informações suficientes sobre os riscos que o uso prolongado desse tipo de droga pode trazer à saúde.

O estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), financiado pela FAPESP e publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva, entrevistou 33 mulheres com idades entre 18 e 60 anos para compreender os padrões de uso indevido de benzodiazepínicos.

Os benzodiazepínicos são medicamentos indicados no tratamento de quadros de ansiedade e insônia, sendo que seu uso por mais de quatro semanas não é recomendado devido ao risco de dependência.

Os pesquisadores classificaram como uso indevido os casos onde os pacientes compravam medicamentos sem prescrição médica ou quando os consumiam em quantidades ou prazos superiores aos recomendados.

Das 33 mulheres entrevistadas, 24 disseram receber acompanhamento médico e 30 afirmaram comprar o medicamento com receita apropriada. No entanto, apenas cinco entrevistadas souberam mencionar as principais orientações que devem ser dadas sobre o consumo de benzodiazepínicos: não usar em associação com o álcool, não dirigir sob o efeito da droga e o risco de dependência associado ao uso prolongado.

A maioria das entrevistadas afirmou usar a droga por períodos superiores ao recomendado, tendo variado entre 50 dias e 37 anos, sendo a média sete anos. Apesar disso, apenas 16 mulheres reconheceram ser dependentes e a maioria afirmou que prefere assumir os riscos do uso crônico para manter os benefícios proporcionados pela droga.

“Alguns estudos sugerem que o uso de benzodiazepínicos ao longo de muitos anos pode trazer prejuízos cognitivos, afetando principalmente a memória. Mas a dependência em si já é um grande problema, pois faz com que a paciente perca sua autonomia e a capacidade de controlar seu próprio comportamento”, disse Ana Regina Noto, coordenadora do estudo.

Fonte: Agência FAPESP, 24 de maio de 2012

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