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Dia Mundial da Doença de Alzheimer

Associação de Pessoas com Alzheimer promove ato público para inaugurar o primeiro centro de referência para a doença no Brasil.

No Dia Mundial da Doença de Alzheimer, celebrado neste último dia 21 de Setembro, foi inaugurada a sede do primeiro Centro de Referência em Alzheimer (CRA), no Rio de Janeiro.

A casa, que oferecerá assistência gratuita, tem o objetivo de apoiar principalmente as famílias de doentes que sofrem do mal e deve contar com uma equipe multidisciplinar para atende-las, além de distribuição de literatura especializada sobre o assunto.

A idéia de um espaço próprio para o Centro de Referência já existe há alguns anos, mas há apenas um mês as portas se abriram. Embora a casa tenha sido cedida pelo estado à Associação de Parentes e Amigos de Pessoa Portadora de Alzheimer (Apaz), em 1998, as chaves só foram entregues em agosto desse ano. Os serviços serão todos prestados por voluntários.

Jacob Guterman, idealizador do projeto e atual presidente da Apaz, explica: "Além de garantir a qualidade de vida do paciente, a participação de familiares é fundamental para desmistificar a doença, reduzir o preconceito e empurrar as pesquisas".

Noventa anos depois de ter sido identificado na Alemanha, o mal de Alzheimer está sendo redescoberto pela ciência. A esperança dos especialistas está depositada em avanços da indústria química, com o desenvolvimento de medicamentos mais eficazes para barrar a evolução da doença, e também da neurofisiologia, para a compreensão de todos os complexos mecanismos cerebrais.

Atingindo cerca de dois milhões de pessoas só no Brasil, a doença ataca o sistema nervoso e é irreversível. Por conta disso, o acompanhamento médico deve ser constante. "Queremos fazer do Centro de Referência um meio de terapia ocupacional. Além disso, mostrar o ideal no trato com o doente", completa Guterman, fundador da Apaz, em 1991, quando sua mulher foi diagnosticada com o distúrbio.

O geriatra Luís Leopoldo Guimarães, que prestará atendimento no local, acredita que a principal função do CRA será dar auxílio ao parente do paciente que não pode arcar com as despesas de um tratamento.

"Essa boa nova é um alento para famílias que travam uma batalha diária contra uma doença que faz o portador perder paulatinamente a própria identidade - a ponto de não reconhecer parentes e não saber o próprio nome - e os deixa totalmente dependentes de cuidados de terceiros", explica Guimarães.

Até os anos 80, a doença de Alzheimer foi condenada ao esquecimento. A situação começou a mudar há menos de dez anos, quando o ex-presidente americano Ronald Reagan anunciou o seu drama pessoal. Desde então, a ex-primeira dama Nancy Reagan engajou-se em campanhas e transformou-se em porta-voz de milhões de doentes.

"O mal de Alzheimer não conhece barreiras econômicas, sociais, étnicas, raciais ou geográficas. Além do mais, a população idosa no mundo aumenta de forma progressiva e pode-se supor que o impacto social da doença segue o mesmo ritmo", salientou Nancy Reagan, em comunicado oficial, em referência ao 21 de setembro, dia mundial de Alzheimer segundo a Organização Mundial de Saúde.

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