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Paixão: uma faca de dois gumes

22 de junho de 2011 (Bibliomed). A paixão pode deixar uma pessoa muito feliz, mas também pode provocar dores extremas. Esses dois sentimentos opostos dependem do nível de correspondência das expectativas. Apaixonar-se pode adoecer o corpo e a mente quando ocasiona uma decepção. Quando isso acontece, não existe nenhuma droga que elimine a dor, o melhor remédio continua sendo o tempo.

O cardiologista Elias Knobel, autor do livro Coração é Emoção, explica que a paixão aumenta a disposição para o exercício físico, incentiva a produção de hormônios do bem-estar e do bom-humor, o que traz benefícios à saúde. Por outro lado, o médico lembra que na desilusão, frustração ou extremismo pode gerar dores, ser o ponto de partida para depressão, isolamento e até problemas cardiovasculares, em especial para pessoas que já têm essa predisposição genética.

"Não há uma resposta simples e exata para esta questão. A paixão pode ser interpretada de várias maneiras, pois mexe com todo o corpo, às vezes de forma positiva e em outras negativas", afirma Knobel.

Os fenômenos físicos que a paixão desencadeia no corpo podem proteger ou prejudicar o organismo. O cirurgião João Caetano Marchesini explica que quando o sistema nervoso é acionado, há liberação de duas substâncias na corrente sanguínea, a adrenalina e o cortisol. A primeira melhora o fluxo sanguíneos nos órgãos vitais, acelera os batimentos cardíacos e eleva a pressão arterial, o que pode ser um risco para quem já tem problemas cardíacos. O cortisol, por sua vez, pode levar a pessoa a um nível elevado de estresse, o que é prejudicial à saúde.

Sônia Bruki, Departamento de Neurologia Cognitiva da Academia Brasileira de Neurologia, diz que a paixão pode ser a melhor coisa que pode acontecer na vida de um indivíduo, mas lembra que, fisiologicamente, o cérebro pode receber estas informações de formas variadas. "A mensagem trazida pode despertar memórias positivas, agradáveis e benéficas. Ao mesmo tempo, as mesmas substâncias podem remeter a passagens ruins e sem prazer", explica. Por isso, desilusões amorosas, divórcios e paixões não correspondidas representam muitos dos casos atendidos nos consultórios de psicólogos. Em casos mais graves, a paixão pode desencadear problemas psíquicos graves.

A boa (ou má) notícia é que, segundo os especialistas, se não houver nenhuma falha na estrutura emocional, todas as pessoas vão encontrar a paixão em algum momento da vida.

Fonte: Prontuário de Notícias, 17 de junho de 2011

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