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Fapesp Investe R$ 15 mi em Novos Centros de Pesquisa de Ponta

Por Alberto Alerigi Jr.

SÃO PAULO (Reuters) - O Estado de São Paulo ganhou na quinta-feira dez centros de pesquisa de ponta que consumirão anualmente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) 15 milhões de reais.

Os centros cobrem as áreas humanas, biológicas e ciências exatas e têm entre seus objetivos o desenvolvimento de tecnologia que será usada por pequenas e médias empresas de São Paulo.

Os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) começaram a ser criados em um programa de fomento da Fapesp que se iniciou em 1998, a partir da seleção de dez propostas entre as 112 apresentadas por diversas instituições científicas do Estado, como Instituto de Física da Unicamp, Instituto de Física da USP, Instituto Butantan, Unifesp, UFSCar e Instituto Ludwing de Pesquisas Sobre o Câncer.

Eles atingem estudos nas áreas de óptica e fotônica, genoma humano, terapia celular, biologia molecular estrutural, toxinologia aplicada, materiais cerâmicos, estudos do sono, da violência e sobre a metrópole.

Além de pesquisa em ciência básica, os centros deverão produzir projetos de ciência aplicada para a indústria e deverão fomentar a difusão do conhecimento de seus trabalhos através de cursos especiais para escolas do segundo grau. Os Cepids também oferecerão bolsas de iniciação científica e cursos de pós-graduação.

"Cada um deles desenvolve hoje pesquisas de ponta em suas áreas específicas, o que deve deixar São Paulo entre os principais centros de pesquisa do mundo", disse à Reuters o diretor científico da Fapesp, José Fernando Perez.

O programa de fomento da Fapesp, que criou os Cepids, não permite a construção de novos prédios pelas instituições de pesquisa e prevê financiamento que varia entre 300 mil reais a 2 milhões de reais anuais pelo prazo de 11 anos.

"Serão 11 anos em que o Estado de São Paulo será consolidado como centro de desenvolvimento humano e tecnológico do país", disse o vice-presidente do Conselho Superior da Fapesp, Paulo Eduardo de Abreu Machado, durante a apresentação do programa Cepid, que também contou com a presença do governador do Estado, Mário Covas.

O Centro para Estudo do Genoma Humano, coordenado por Mayana Zatz, do Instituto de Biociências da USP, por exemplo, vai ampliar investigações sobre a influência de mutações genéticas no aparecimento de sintomas de doenças.

O centro é formado por um grupo que estuda doenças genéticas desde os ano 70 e que descobriu que pessoas com as mesmas mutações em um gene podem apresentar quadros clínicos bem diferentes.

O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, José Aníbal, disse durante o anúncio que o Cepid de Óptica e Fotônica pode contribuir para que São Paulo "torne-se um dos grandes produtores de fibra ótica do mundo".

Aníbal afirmou que os empresários interessados na tecnologia dos centros receberão o aval do governo de São Paulo e do Sebrae para obter crédito junto ao banco do Estado Nossa Caixa Nosso Banco. Segundo ele, o governo deve se pronunciar em um mês sobre a criação de um fundo de cerca de 30 milhões de reais para bancar os empréstimos feitos pelos empresários.

GOVERNADOR PROMETE AUMENTAR COTA DO ICMS PARA FAPESP

Dentro das promessas do governo, Covas disse que aumentaria significativamente a cota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) destinada à Fapesp, hoje estabelecida em 1 por cento ao mês.

"Vou aumentar a cota da Fapesp sobre o ICMS para 20 por cento se ela me apresentar um projeto de pesquisa que consuma 200 milhões de reais por ano", disse o governador.

O diretor científico da Fapesp aceitou a proposta de Covas. "Vamos pensar nesse desafio, mas desde já o aceitamos", disse Perez à Reuters sem dar mais detalhes.

A Fapesp iniciou suas atividades em 1962 durante o governo de Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto. Em 1999 a instituição investiu 540 milhões de reais em pesquisa e concessão de bolsas. Grande parte desses recursos veio do ICMS, que no mês passado, segundo Covas, teve arrecadação de cerca de 1,5 bilhão de reais.

Sinopse preparada por Reuters Health

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