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Nutrição cumpre importante papel contra o câncer colorretal, alertam especialistas

22 de junho de 2010 (Bibliomed). A dieta representa um papel importante na prevenção do câncer. Essa foi a conclusão do simpósio “Dieta e carcinogênese de câncer de cólon”, realizado este mês como parte do Congresso Brasileiro de Nutrição e Câncer. Segundo o oncologista Benedito Mauro Rossi, a ação de agentes físicos, biológicos e químicos pode fazer com que uma célula normal vire uma célula “transformada” que desenvolverá um tumor. “Apenas 10% dos casos de câncer são hereditários. Os outros 90% são desenvolvidos devido à exposição ambiental, sendo obesidade, fumo e álcool os principais fatores de risco”, afirma.

A nutricionista Gabriela Oliveira explica que as carnes vermelhas (de boi, porco e cordeiro), as carnes processadas (curada, defumada, salgada) e os embutidos (como o presunto e o salame) contêm nitratos e nitritos que se convertem no corpo em compostos N-nitrosos - fatores de risco para o desenvolvimento de câncer. O preparo da carne em temperaturas muito elevadas (como no churrasco, por exemplo) produz aminas heterocíclicas e hidrocarbonos aromáticos policíclicos - compostos mutagênicos e carcinogênicos. Dessa forma, o consumo excessivo de carnes vermelhas aumenta em 24% o risco para o desenvolvimento do câncer de cólon, enquanto as carnes processadas contribuem em 16%. A recomendação para ingestão segura de carnes vermelhas é uma quantidade inferior à 500 g por semana (o equivalente a três bifes médios) e as carnes processadas devem ser evitadas. “Mas não basta apenas reduzir os riscos, e sim aumentar os fatores protetores, como aumento do consumo de frutas e vegetais”, concluiu a nutricionista.

Outra contribuição de uma dieta desequilibrada para o risco de câncer ocorre pelo aumento da gordura corporal. Segundo Luiza Kent Smith, PhD em nutrição pela faculdade do Canadá, diversos estudos chegam a uma conclusão comum: excesso de gordura corporal - particularmente gordura abdominal - é fator de risco para o desenvolvimento de câncer colorretal. Há aumento de 15% do risco para cada 5 kg/m2 de elevação do índice de massa corporal (relativa à gordura). O aumento de medidas corporais também é prejudicial à saúde: para cada acréscimo de 2,5 cm na circunferência da cintura, há aumento dos riscos para o câncer em 5%; e cada 0,1 a mais da relação cintura-quadril reflete em 30% a mais de chances de ter o câncer colorretal. Essas medidas devem estar dentro dos padrões de normalidade, que são menores que 102 cm e 0,9, respectivamente, para homens, e menores que 88 cm e 0,85 para mulheres.

Para a prevenção a partir da dieta, os pesquisadores destacam que o consumo de frutas e vegetais está associada à maior ingestão de fibras, o que reduziria os riscos de câncer colorretal. Segundo os especialistas, as fibras aumentam o volume fecal, aceleram o trânsito intestinal, diminuem o pH fecal e se ligam aos ácidos biliares. Mas, possivelmente, a principal função protetora seja o resultado da fermentação das fibras solúveis em ácidos graxos de cadeia curta (gorduras), com maior relevância para o butirato, que age na apoptose - ou morte das células doentes. “Os estudos afirmam que, quanto maior o consumo de fibras dietéticas, menor o risco para câncer. Cada aumento em 13 gramas diários de fibras resulta na diminuição de 31% nos riscos de desenvolvimento do câncer de cólon”, concluiu o especialista Remy Meyer.

Fonte: Nutritotal. Press release. 17 de junho de 2010.

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