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Placebo Pode Distorcer Resultados de Teste Sobre Tratamento

Por Todd Zwillich

NOVA YORK (Reuters Health) - O efeito do placebo pode distorcer as conclusões dos testes clínicos que usam indicadores de qualidade de vida como principal resultado, sugerem descobertas de um novo estudo.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Duke, em Durham (Carolina do Norte), estudou um grupo grande de pacientes com tratamento de doença arterial coronariana em andamento. A equipe relata que os pacientes tendem a descrever uma melhora na qualidade de vida, independentemente da efetividade do tratamento.

Os pesquisadores recomendam que pontos mais objetivos como taxas de mortalidade ou custo total do tratamento devem ser usados para avaliar a efetividade dos novos tratamentos.

"Quando você cuida dos pacientes e acompanha seu progresso, o efeito do placebo (substância sem efeito) pode ser forte", informou o chefe da equipe de pesquisa, James Jollis, em uma declaração divulgada no encontro anual da Sociedade Européia de Cardiologia em Amsterdã, Holanda.

A equipe de pesquisa observou 1.189 pacientes com doença coronariana grave que estavam sendo tratados com medicamentos, cirurgia ou ambos.

A maioria dos pacientes foi tratada com cirurgia de by-pass (em que é feito um desvio no vaso obstruído) ou angioplastia, mas 41 por cento do grupo não foi considerado apto para cirurgia sendo tratado com medicamentos.

A angioplastia é um procedimento onde um pequeno tubo com um balão na extremidade é introduzido através de um vaso sanguíneo e usado para limpar um bloqueio.

Os pacientes foram solicitados a preencher questionários sobre qualidade de vida logo depois do tratamento e no primeiro e segundo anos seguintes. Os pesquisadores solicitaram que os pacientes avaliassem sua percepção sobre a própria saúde, bem-estar geral e a tranquilidade para realizar atividades básicas da vida diária.

Os participantes tiveram taxas similares de melhora na qualidade de vida, tendo feito ou não a cirurgia. Conforme Jollis, os resultados surpreenderam os pesquisadores já que a cirurgia para desobstruir os vasos é considerada o tratamento ótimo para pacientes com doença coronariana grave.

Os resultados, no entanto, foram completamente diferentes quando os pesquisadores observaram medidas objetivas da efetividade do tratamento.

No segundo ano, a taxa de morte total foi de 38 por cento em pacientes tratados somente com medicamentos. A mortalidade total foi de 15 por cento no grupo de pacientes que fez angioplastia e 19 por cento entre os que fizeram cirurgia de by-pass.

Os custos hospitalares no grupo que recebeu apenas medicação foi em média mais de 40 mil dólares durante o período seguinte, comparado a 35 mil dólares para pacientes com angioplastia e 24 mil dólares para pacientes com by-pass.

Conforme Jollis, quando se considera a efetividade de novos tratamentos para doença cardiovascular, "a mortalidade e o custo deveriam ser considerados como um ponto primário" na auto-avaliação de melhora feita pelos pacientes.

O estudo foi financiado pela Genentech.

Sinopse preparada por Reuters Health

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