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Filha de Mãe Divorciada Vira Confidente e Ouve Além da Conta

NOVA YORK (Reuters Health) - A maioria das mães divorciadas parece confidenciar a suas filhas adolescentes assuntos delicados como situação financeira e suas reclamações em relação a seus ex-maridos, de acordo com resultados de um estudo.

Essas conversas pode fazer com que suas filhas se sintam ansiosas e depressivas, afirmam os autores do estudo publicado na revista Family Relations.

"Estas revelações podem destruir a imagem que a adolescente faz de sua família e de seu pai em particular", afirmam Susan Silverberg Koerner e sua equipe, da Universidade do Arizona, em Tucson.

Essas conversas também podem levar as adolescentes a se sentirem ansiosas em relação a seu próprio futuro, fazendo com que elas se preocupem se haverá dinheiro suficiente, por exemplo, para custear seus estudos.

Pesquisas anteriores demonstram que os adolescentes podem se sentir responsáveis e confusos em relação às revelações de seus pais. Esses sentimentos podem causar sofrimento psicológico e fazer com que os adolescentes recorram ao álcool ou às drogas.

Para analisar a relações entre mães e filhas após o divórcio, pesquisadores fizeram perguntas a 62 pares de mãe e filha. As filhas tinham idade entre 11 e 17 anos e as mães - que tinham se divorciado entre 5 a 20 meses - tinham entre 29 e 53 anos.

No geral, 67 por cento das filhas disseram que suas mães conversaram sobre sua situação financeira com alguns ou poucos detalhes e 68 por cento afirmaram que suas mães reclamaram de seu ex-marido.

As mães disseram que discutiram sobre as finanças, pois queriam expor as filhas a assuntos adultos. O tema também apareceu no contexto das reclamações das mães sobre os ex-maridos.

Entretanto, as filhas expressaram frustração, pois elas não conseguiam ajudar suas mães com as finanças familiares. Muitas afirmaram que tentaram dar apoio emocional a suas mães.

As razões para expressar raiva do ex-marido incluíram um desejo de fazer com que a filha renunciasse à visão idealizada do pai ou para colocar a culpa do divórcio em outra pessoa. Estas revelações, entretanto, deixaram as filhas mais magoadas e confusas.

Uma menina disse aos pesquisadores que ela não gostava de estar no meio de seus pais. "Nunca tenho certeza no que acreditar, pois meu pai parece diferente para mim, quando o encontro", ela escreveu.

As mulheres que não falaram sobre suas reclamações dos ex-maridos afirmaram que acreditavam que isso não seria justo a suas filhas.

De acordo com os dados, 85 por cento das mães trabalhavam fora de casa e a maioria delas passava pelo menos 40 horas no trabalho. Cerca de 26 por cento completaram pelo menos quatro anos de faculdade e 46 por cento completaram alguma faculdade e cerca de 28 por cento concluíram o ensino médio ou menos.

A maioria das mães (70 por cento) tinha renda anual inferior a 40.000 dólares, incluindo a pensão dos filhos. Enquanto os pesquisadores destacam que as descobertas precisam ser confirmadas em estudos futuros, eles recomendam que os pais devem "evitar comentários emocionais intensos e discussões com seus filhos adolescentes sobre dificuldades financeiras e negatividade em relação ao ex-marido".

Koener e sua equipe acrescentam que "revelações de mãe para filha sobre assuntos de lazer (como filmes, roupas, maquiagem), assim como conversas da mãe sobre homens e relacionamentos - diferentes das conversas da mãe sobre suas próprias sexualidade/intimidade - não tiveram relação com o sofrimento psicológico ou comportamento problemático/de risco das filhas".

Sinopse preparada por Reuters Health

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