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Insônia: causas e métodos de tratamento

27 de abril de 2007 (Bibliomed). A insônia, um sintoma freqüentemente encontrado na população geral. Apesar disso, o que se nota é que na grande maioria das vezes a insônia é tratada de forma inadequada, desconsiderando-se as possíveis causas envolvidas no seu surgimento. Em decorrência desse fato, a resposta clínica nem sempre é satisfatória, fazendo com que o paciente desenvolva, com o passar do tempo, distúrbios psicológicos e sociais, além da diminuição da capacidade ocupacional e da memória – ou seja, uma piora na sua qualidade de vida.

Um artigo produzido pelo Cleveland Clinic Journal of Medicine, em abril deste ano, apresenta uma revisão sobre os principais aspectos relacionados à insônia e ao seu tratamento, de uma maneira clara e objetiva, com o intuito de esclarecer sobre esse tema tão comum, mas ao mesmo tempo tão complexo.

Segundo os autores da publicação, a insônia é classificada de acordo com a sua causa em primária e secundária (devido a situações como transtornos mentais, distúrbios clínicos, uso de substâncias, entre outras); segundo seus sintomas (dificuldade de iniciar ou manter o sono; conseguir ter um sono restaurativo) e duração (aguda – menos de 1 mês; crônica – por um período maior que 1 mês). Mulheres e idosos são os que mais frequentemente apresentam estes sintomas.

Para o tratamento da insônia, uma história detalhada deve ser coletada, de forma a tentar identificar a causa base. Só assim pode ser feito o seu manejo adequado. Um dos princípios gerais para esse fim é a higiene do sono – hábitos que favorecem uma boa noite de sono, como por exemplo, o estabelecimento de horários apropriados para dormir e acordar, usar a cama apenas para dormir e realização de atividade sexual, evitar cafeína, álcool e nicotina nas seis horas antes de deitar, entre outros.

Outro método empregado para o tratamento da insônia é o cognitivo – comportamental, o qual inclui técnicas de relaxamento, biofeedback (controle do estresse e ansiedade), controle de estímulos e restrição de sono. Entretanto, devido à necessidade de visitas freqüentes ao especialista, à demora em se observar os resultados e aos custos, muitas vezes essa terapia não é aplicada.

O tratamento mais utilizado é o que incorpora as medidas acima citadas e o uso de medicamentos de forma racional. Os remédios comumente empregados são os benzodiazepínicos (Triazolam; Flurazepam, etc) e os Não-benzodiazepínicos (Zolpidem Ò ; ZaleplonÒ , RamelteonÒ , etc). Os primeiros estão associados a uma maior taxa de dependência e abstinência, devendo ser utilizados com cautela. Os do último grupo são uma excelente opção, em virtude dos poucos efeitos colaterais apresentados. Outras substâncias têm sido utilizadas, como a melatonina, antihistamínicos, antidepressivos, ervas (kava-kava, valeriana, etc.), mas muitas não apresentam estudos que comprovem sua eficácia.

Nota-se, portanto, que a insônia é um tema abrangente, devendo ter especial consideração quando relatada pelo paciente, de forma que sua causa base seja identificada e o tratamento adequado instituído.

Fonte: Cleveland Clinic Journal of Medicine; 74 (4): 251 – 266 (April 2007)

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