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Teste antecipa diagnóstico de câncer gástrico

02 de Maio de 2003 (Bibliomed). Atualmente, quando há alguma suspeita de câncer gástrico no Brasil os médicos solicitam biópsias, exame histológico e algumas vezes exame imunoistoquímico para detectar algumas proteínas que possam indicar o aumento da proliferação celular. Então o patologista dá o diagnóstico baseado na morfologia das células – mas não tem como detectar se elas já têm alguma alteração em nível molecular ou citogenético. Isso faz com que muitas vezes o diagnóstico de um tecido alterado seja dado como normal, mesmo podendo ter células em processo de se tornar cancerosas.

Muitas mortes poderão ser evitadas com um teste mais sensível de diagnóstico precoce de câncer de estômago desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de São José do Rio Preto. Os testes de diagnóstico genético são capazes de identificar alterações genéticas associadas ao câncer do estômago não detectadas em testes de rotina em pacientes com uma simples gastrite crônica ou uma úlcera gástrica. “A detecção de alterações genéticas em lesões gástricas benignas com potencial pré-canceroso poderá auxiliar no diagnóstico precoce do câncer gástrico e evitar o aparecimento da doença”, disse a coordenadora do estudo, a bióloga Ana Elizabete Silva.

Os testes foram realizados para identificar perdas e ganhos em cromossomos específicos e na deleção do gene TP53, associados ao câncer. O material foi coletado durante exames por endoscopia e cirurgia em 113 pacientes com úlcera gástrica, gastrite crônica, metaplasia e adenocarcinoma atendidos no Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP).

A pesquisadora explica que os testes de diagnóstico genético contra o câncer gástrico ainda não estão disponíveis no Brasil por causa do alto custo. Por enquanto, eles são feitos no País apenas para o diagnóstico de leucemia, em laboratórios particulares e instituições de pesquisa. “O nosso interesse é que o Brasil também passe a realizar testes genéticos de rotina para o diagnóstico mais precoce do câncer e outros tipos de doença. A técnica é relativamente simples, o que encarece é o material utilizado”, disse.

O surgimento do câncer gástrico está relacionado a fatores genéticos – a partir de uma gastrite crônica, úlcera gástrica e metaplasia – e fatores ambientais – como consumo elevado de sal, alimentos defumados, enlatados, álcool, tabagismo, cirurgia gástrica anterior, infecção pela bactéria Helicobacter pylori e histórico de lesões benignas ou pré-cancerosas.

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