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SUS cobre apenas 6% dos gastos de pacientes com lombalgia crônica

25 de Fevereiro de 2003 (Bibliomed). Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que a lombalgia crônica custa ao SUS entre R$17 milhões e R$ 88 milhões por ano, o que corresponde a uma faixa de 0,09% a 0,43% de todo o orçamento do Ministério da Saúde. Parece muito, mas isso representa apenas 6% do que a sociedade brasileira gasta com o problema.

O estudo ressalta que o preço da enfermidade não se restringe ao custo direto médico-hospitalar. Caracterizada por dores na região inferior do dorso por mais de três meses, a lombalgia crônica é incapacitante e exige medidas de adaptação. Apesar disso, o sistema público de saúde arca somente com as despesas com consultas, exames, procedimentos, internação clínica ou cirúrgica e reabilitação. Remédios, órteses, transportes, alimentação, empregados e reformas ficam por conta do paciente. Segundo o estudo, a média que a sociedade gastaria anualmente com cada lombálgico crônico ficaria em R$ 2.023,00. Desse total, apenas R$ 121,90 viria do SUS.

Consultas, procedimentos ambulatoriais, cirurgias, reabilitação, órteses e medicamentos custariam em média R$ 834,20 anuais por paciente. Contratação de serviços domiciliares por causa das limitações físicas, reformas em casa e despesas com alimentação e transporte nos dias de consulta acrescentariam mais R$ 318 anuais por doente. Os custos indiretos, que correspondem a 43,1% dos gastos, compreendem as perdas resultantes do afastamento do trabalho, representadas pela queda da produtividade e pelo pagamento de benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, que somariam mais R$ 871 por paciente a cada ano.

A autora da pesquisa, a reumatologista Cássia Regina Dumitrescu Dias, obteve dados que sugerem que, através de investimentos em reabilitação e adaptação do paciente no trabalho, seria possível economizar nos gastos com remédios, afastamentos e indenizações. A pesquisa foi feita com pacientes do Hospital São Paulo, em 1999. A maioria tinha problemas mecânico-posturais, adquiridos em decorrência de fatores muitas vezes evitáveis, como obesidade, traumas decorrentes de quedas ou carregar peso excessivo, vícios de postura e vida sedentária. A renda familiar média dos pesquisados era de R$ 428,55 mensais.

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