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Pesquisa traz avanço para o tratamento de doenças coronárias

29 de Janeiro de 2003 (Bibliomed). A angioplastia é utilizada para tratar obstruções graves nas artérias do coração e consiste em passar um balão até o local bloqueado e enchê-lo, restabelecendo a livre passagem do sangue. Mas, muitas vezes, ocorrem novos acúmulos de placas e gordura e a artéria volta a ficar apertada, num processo chamado reestenose. Para impedir o fechamento do vaso, os médicos costumam implantar uma estrutura metálica conhecida como stent, mas, em cerca de 20% dos casos, o metal provoca um trauma no tecido coronário e forte reação imunológica no organismo, que acabam prejudicando novamente o fluxo de sangue.

Estudos recentes apontam que a reestenose pode ser evitada com a implantação de stents revestidos com drogas capazes de inibir a reação imunológica por algumas semanas. O procedimento poderia ser uma solução para os pacientes de doenças coronárias, não fosse o seu alto custo. O modelo de stent revestido custa de 3 a 6 vezes o preço de um stent comum, cujo valor é cerca de R$ 2.000.

Pensando nisso, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveu um estudo, premiado no congresso da Americam Heart Association (EUA), em que uma dessas drogas pode ser administrada via oral. Segundo Valter Correia de Lima, chefe da pesquisa, a idéia surgiu de uma observação clínica. Ao tratar com stent os pacientes com rim transplantado, que sofriam de doença coronária, Lima percebeu que eles não tinham reestenose. Ao cruzar informações, concluiu que a causa era o esquema de drogas imunossupressoras ingeridas para evitar rejeição ao órgão. Durante um mês, foram avaliados 12 pacientes, que receberam a droga rapamicina.

O pesquisador explicou que o novo tratamento tem um risco praticamente irrelevante, mas ainda são necessários novos testes. Em relação ao preço, Lima disse que “a droga é cara por ser indicada só para transplante renal, uma condição de baixa prevalência, mas como a doença coronária é epidêmica, a confirmação do uso oral deverá fazer o preço desabar. O mercado será grande, e a produção, em escala”.

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