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Bronzeamento artificial aumenta risco de câncer de pele

28 de Janeiro de 2003 (Bibliomed). Uma pesquisa realizada por cientistas norte-americanos revelou que as lâmpadas utilizadas nos equipamentos de bronzeamento artificial emitem grandes doses de raios ultravioleta, que podem aumentar os riscos de câncer de pele. Segundo o diretor do serviço de dermatologia do Instituto Português de Oncologia, João Abel Amaro, a utilização destas lâmpadas é muito mais perigosa que a exposição às radiações solares. O dermatologista contou que já existiam diversos estudos publicados sobre o assunto, mas as pesquisas realizadas até agora enfocavam apenas o melanoma, tipo mais perigoso de câncer de pele. O novo estudo focalizou os tipos mais leves da doença, que são os carcinomas basocelular e espinocelular.

A pesquisa coordenada por Margareth Karagas, da Escola Médica de Darmouth, analisou 1.500 residentes de New Hampshire (EUA), com idades entre 25 e 74 anos. Desses, mais de 800 sofriam de câncer de pele. Os participantes responderam questões relacionadas à exposição solar, utilização de sistemas artificiais de bronzeamento, tratamentos à base de radiações e hábitos de tabagismo. Os resultados mostraram que as pessoas submetidas ao bronzeamento artificial tinham 2,5 vezes mais chances de desenvolver carcinomas espinocelulares e 1,5 vez mais risco de carcinoma basocelular, em comparação às pessoas que nunca utilizaram a técnica. Os demais fatores não foram suficientes para explicar o aumento do risco de câncer de pele. Os cientistas também concluíram que as chances da doença aumentam em adolescentes e jovens adultos.

Os cientistas ressaltam a importância de campanhas educativas e a necessidade de medidas governamentais que limitem a utilização do bronzeamento artificial apenas para maiores de idade ou menores que tenham autorização dos pais. Para o dermatologista João Amaro, as clínicas deveriam ter também um técnico responsável pelo processo. “Esse técnico poderia determinar qual o fototipo cutâneo da pessoa e aconselhá-la sobre o tempo máximo de exposição”, explicou. O próximo passo da Escola Médica de Darmouth será um estudo mais detalhado sobre o assunto, patrocinado pelo Instituto Nacional contra o Câncer dos Estados Unidos.

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