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Infecção em UTI eleva custos em mais de 200%, revela estudo

29 de Outubro de 2002 (Bibliomed). As infecções por bactérias multirresistentes, como as responsáveis pelo aparecimento de pneumonias e infecções sangüíneas e urinárias, aumentam em até 201,76% os custos dentro das unidades de terapia intensiva (UTIs). Foi o que constatou a pesquisadora Sinaida Teixeira Martins, autora do estudo que será apresentado como dissertação de mestrado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Para chegar a esse resultado, a pesquisadora avaliou as despesas ligadas à hospitalização – com base nas tabelas de procedimentos da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Guia Farmacêutico Brasíndice – de 92 pacientes da UTI do Hospital São Paulo, entre março de 1997 e agosto de 1998. Metade deles apresentava quadros de infecção – em 46 pacientes foram registrados 67 episódios infecciosos. A pneumonia liderou o ranking, com 11 casos e um custo individual de US$ 21.188,85. Na seqüência apareceram as infecções urinárias (US$ 20.635,08) e as feridas cirúrgicas (US$ 10.213,04).

Os pacientes com casos de infecção ficaram em média 45 dias no hospital, totalizando um custo de US$ 956,5 mil, incluindo gastos com antibióticos, procedimentos, exames em geral e despesas com visitas médicas após a cirurgia. Estadia e alimentação não foram contabilizadas. Já os casos não-infecciosos permaneceram internados uma média de 6,8 dias, com custo total de US$ 127,6 mil. “Só as infecções exigiram que os pacientes permanecessem na UTI cerca de 26 dias a mais, elevando o custo de cada um em pouco mais de US$ 11 mil”, disse.

Segundo o infectologista Antonio Tadeu Fernandes, autor do livro “Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da Saúde” e ganhador do prêmio Jabuti em 2001, o índice de infecções hospitalares que evoluem para morte vai de 3% a 20%. Por outro lado, os dados do projeto Senic (Estudo da Eficácia de Controle de Infecção Nosocomial Hospitalar), dos EUA, mostram que 32% das infecções hospitalares podem ser prevenidas com programas efetivos de vigilância. “É importante que se faça um trabalho constante de orientação e educação para que a inserção de procedimentos invasivos e as técnicas assépticas sejam criteriosas, assim como a utilização de antibióticos”, defendeu o chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HSP, Eduardo Medeiros.

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