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Hospital não ministra nutrição prescrita por médico

16 de Setembro de 2002 (Bibliomed). A desnutrição adquirida em hospitais é um fator de risco à recuperação do paciente. Estima-se que no Brasil ela se mantenha em torno de 48%. Diante disso, por que não se tomam providências para que os pacientes internados recebam a nutrição prescrita pelo médico integralmente? Foi essa pergunta que norteou a pesquisa "Avaliação da nutrição enteral e/ou parenteral prescrita e da infundida em pacientes internados em um hospital universitário", que rendeu à nutricionista Salete Brito, do Grupo de Apoio Nutricional (GAN) do Hospital das Clínicas da Unicamp, a primeira colocação na categoria nutrição clínica do III Prêmio Maria Lúcia Ferrari, instituído pelo Conselho Regional de Nutricionistas (3a Região).

A pesquisadora acompanhou 107 pacientes internados no HC da Unicamp, que receberam nutrição enteral (dieta por sonda), parenteral (nutrientes infundidos por veia) ou ambas ao mesmo tempo. Os resultados apontaram deficiências na terapia nutricional, relacionadas, principalmente, ao jejum de procedimentos e à falta de anotações pelos profissionais de saúde. A pesquisadora observou, por exemplo, que muitas vezes, embora preparadas para serem administradas e respeitando a prescrição médica, as soluções não eram infundidas, o que onerou a instituição em R$ 4,5 mil na nutrição enteral e em R$ 11 mil na parenteral durante o período de estudo.

Com base nos resultados do estudo, a nutricionista defendeu atitudes mais enérgicas para garantir a nutrição de valor elementar para o paciente, com acompanhamento de equipes mais treinadas e conscientes de sua importância. "Ela deve ser instituída de maneira precoce e ministrada adequadamente ao paciente hospitalizado, a fim de diminuir a desnutrição iatrogênica", disse.

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