Notícias de saúde

Pesquisa mostra que aromas influenciam a sensação de dor

25 de Junho de 2002 (Bibliomed). Uma pesquisa canadense publicada na revista Physiology and Behavior comprovou a relação entre os odores e a percepção da dor. Os pesquisadores da Universidade de Quebec submeteram 40 voluntários aos testes, que utilizaram essências dos extratos de amêndoa e baunilha, vinagre branco, antissépticos usados na odontologia, óleos de massagem, loções pós-barba e produtos de higiene. Todos os odores passaram por uma avaliação prévia dos voluntários, que descreveram os aromas mais agradáveis, a intensidade preferida e o humor associado ao cheiro. Após esta etapa, cada voluntário molhou a mão em um recipiente com água aquecida a uma temperatura de até 48 graus centígrados. Ao mesmo tempo em que a mão era colocada na água quente, o voluntário cheirava diversos odores, alguns menos agradáveis e até substâncias neutras. Cada participante, então, descrevia suas sensações e dificuldades.

Todas as informações foram avaliadas pelos cientistas, que constataram que odores muito agradáveis favorecem o bom humor tanto de homens quanto de mulheres. Cheiros desagradáveis, por sua vez, suscitam a situação contrária, deixando as pessoas mal-humoradas. Outra constatação dos pesquisadores Serge Marchand e Pierre Arsenault, que pode abrir um novo caminho para os tratamentos de pacientes, foi a de que as fragrâncias atenuam a dor sentida pelas mulheres. O mesmo não aconteceu com os voluntários do sexo masculino. Marchand e Arsenault não conseguiram identificar que fatores levaram a este resultado diferenciado para homens e mulheres. Uma das hipóteses é de que aspectos culturais ou educacionais possam ter influenciado as respostas encontradas. Os resultados do trabalho mostraram ainda que os cheiros ruins não acentuam a sensação de dor.

Os dados conseguidos com a pesquisa são apenas preliminares. Esse foi o primeiro estudo que constatou a relação entre os odores e a dor. Marchand e Arsenault, que pertencem ao departamento de ciências da universidade, afirmam que é necessário fazer estudos clínicos sobre o assunto. Os dois cientistas acreditam que o mapeamento cerebral pode ser um bom recurso para esclarecer a diferença dos resultados.

Copyright © 2002 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários