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Cintos de segurança continuam mais eficientes que airbags

03 de Junho de 2002 (Bibliomed). Dois estudos científicos realizados recentemente reafirmam a importância dos cintos de segurança na proteção contra lesões durante acidentes de carro, mas um deles questiona a proteção oferecida pelos airbags, dispositivos que visam impedir que o passageiro ou motorista colida com o painel e o vidro do carro através de uma bolsa plástica inflável, que é acionada pelo impacto da batida.

Segundo o estudo, a presença de airbags no lado do motorista foi associada a uma redução de apenas 8% no risco de morte, independente se o motorista estivesse usando cinto de segurança ou não. Ao contrário, motoristas que estavam com o cinto de segurança foram 65% menos propensos a morrer em um acidente do que motoristas que não estavam utilizando o cinto. O uso de cinto de segurança juntamente com a presença de airbag resulta em uma redução de 68% no risco de morte, segundo o estudo publicado no British Medical Journal.

Os pesquisadores, liderados pelo Dr. Peter Cummings da University of Washington em Seattle, dizem que os airbags fornecem alguma proteção adicional, mas que o uso dos cintos de segurança são muito mais importantes para a proteção da vida no caso de um acidente de automóvel.

Os pesquisadores tiraram suas conclusões de dados provenientes de acidentes de veículos ocorridos entre 1990 e 2000. Eles observaram especificamente mais de 51.000 acidentes envolvendo morte do motorista, passageiro do banco da frente, ou de ambos.

Em geral, os airbags protegem melhor as mulheres do que os homens, provavelmente devido ao fato das mulheres tenderem a ser menos pesadas do que os homens, desta forma tendendo menos a superpor o poder de absorção de impacto do airbag.

Os pesquisadores observaram que o estudo não foi capaz de gerar nenhuma conclusão a respeito do uso de airbag do lado do passageiro.

O segundo estudo, conduzido no Canadá, encontrou que os cintos de segurança forneceram pelo menos a mesma proteção a crianças em idade escolar e a adultos. Esta é uma preocupação geral, já que os cintos de segurança são projetados a partir da anatomia e tamanho de um adulto. Este estudo, liderado pelo Dr. Stephen I. Halman e colaboradores do Hospital for Sick Children em Toronto encontrou que entre 470 crianças com idade entre 4 e 14 anos, aquelas que estavam utilizando cintos de segurança foram muito menos propensas a apresentar uma lesão grave ou morrer em um acidente do que crianças que não estavam usando cinto. Esta observação foi particularmente válida no caso de crianças viajando no banco da frente do carro.

Segundo estes pesquisadores, apesar dos cintos terem sido projetados para adultos, eles fornecem pelo menos a mesma proteção para adultos e crianças.

Infelizmente, 40% das crianças não estavam utilizando cinto de segurança no momento do acidente. Crianças menores que 1,20m devem viajar em assentos especiais com cintos de segurança próprios para a idade. Menores de 12 anos devem sempre viajar nos bancos de trás do veículo.

Estes estudos mostram, mais uma vez, que depois da atenção redobrada e da abstenção de álcool por parte de quem for dirigir o veículo, o uso de cintos de segurança salva vidas no caso de um acidente de carro. A proteção oferecida pelos cintos de segurança não é ultrapassada por nenhum dispositivo adicional de segurança, como os airbags, que são apenas acessórios que fornecem pequena proteção adicional. O uso do cinto, hoje obrigatório em vias urbanas e estradas, é o principal meio de proteção de lesões graves e morte em acidentes de carro.

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