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Uso prolongado da pílula anticoncepcional inibe o olfato

Belo Horizonte, 09 de Novembro de 2001 (Bibliomed). Muitas mulheres temem o uso prolongado da pílula anticoncepcional. Alguns médicos tinham, inclusive, o hábito de suspender temporariamente a administração dos hormônios após longo período de uso para evitar possíveis efeitos colaterais e dar um “descanso” ao organismo. A prática não é adotada com muita freqüência, atualmente, devido ao risco da concepção indesejada e à falta de comprovação de efeitos colaterais significativos.

Uma pesquisa que envolveu 60 mulheres, de 18 a 40 anos, tenta demonstrar que há inibição do olfato e diminuição da libido feminina, quando se utiliza o contraceptivo hormonal, mesmo por um período curto.

O estudo foi conduzido por uma equipe do Departamento de Ciência Ginecológica do Hospital Bambino, na Catânia, Itália. Os pesquisadores avaliaram a saúde de 60 mulheres voluntárias em duas fases: quando não faziam uso da pílula anticoncepcional e durante o período de sua administração.

Resultados indicaram que o olfato dessas mulheres ficava mais apurado nos dias próximos à ovulação, período de maior fertilidade, enquanto não utilizam o medicamento. O mesmo não ocorreu quando elas começaram a tomar os contraceptivos hormonais, que suprimem a ovulação.

Não foi desenvolvido um estudo aprofundado para explicar tal situação, mas a equipe de cientistas acredita que essa ocorrência se dá pela proximidade entre as áreas do cérebro que controlam o olfato e o funcionamento dos ovários. Essas áreas são vizinhas.

A intervenção em uma dessas regiões provocaria, possivelmente, alguma alteração na outra. O palpite é sustentado com a justificativa de que algumas mulheres que nascem sem olfato não possuem qualquer atividade em seus ovários, por isso, há uma relação de origem fisiológica.

A diminuição da libido seria, na opinião dos pesquisadores, uma conseqüência da inibição do olfato. O desejo das mulheres pode ser desencadeado por diferentes tipos de estímulos - sensoriais, táteis e a imaginação. Os odores afetam de maneira significativa a fase do desejo.

A pesquisa da equipe do Departamento de Ciência Ginecológica do hospital italiano foi publicada e pode ser vista na última edição da revista científica "Human Reproduction".

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