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Doenças mentais atingem 450 milhões de pessoas

Belo Horizonte, 08 de Outubro de 2001 (Bibliomed). Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado na última quinta-feira, revela que 450 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de transtornos mentais.

A estimativa é de que um em cada quatro habitantes do planeta enfrenta algum tipo de problema mental durante a vida: depressão, esquizofrenia, atraso mental, distúrbios da infância e adolescência, dependência de álcool ou drogas ou Mal de Alzheimer.

Segundo o estudo, medo e vergonha fazem com que dois terços das pessoas afetadas por esse tipo de doença não procurem ajuda profissional.

Na avaliação da OMS, porém, o principal motivo é a falta de atenção dos governos: 43% dos países do mundo sequer possuem políticas nessa área e outros 23% não contam com qualquer tipo de legislação sobre doenças mentais. Além disso, 25% dos governos não consideram doenças mentais como justificativas para aposentadorias.

O Brasil é um dos poucos países em desenvolvimento que conta com políticas de saúde mental no atendimento básico à população. Mas a OMS alerta: as verbas são insuficientes.

Um terço dos países destina menos de 1% de seu orçamento para o tratamento de doenças mentais. A preocupação é de que a falta de políticas de saúde que incluam doenças mentais provoque uma verdadeira explosão no número de casos nos próximos anos.

Os distúrbios mentais hoje já representam 11% das doenças no mundo. Caso os países não tomem providências, a proporção pode aumentar para 14% em 2020. A depressão, por exemplo, já é a quarta doença mais freqüente no mundo, com cerca de 121 milhões de pessoas atingidas. De acordo com a diretora-geral da OMS, Gro Harlem Brudtland, até 2020, a depressão poderá ser a segunda maior doença, superada apenas pelos problemas cardíacos.

Os números são alarmantes: 24 milhões de pessoas sofrem de epilepsia e 50 milhões são esquizofrênicos. A dependência alcoólica, também considerada uma desordem mental, atinge 140 milhões de pessoas e 78% não são tratados.

Segundo a OMS, é possível curar 60% dos pacientes com depressão e 77% dos esquizofrênicos, enquanto se consegue evitar a crise em 73% dos epilépticos. A epilepsia não é um problema de saúde mental, mas o relatório a cita porque a doença leva às "mesmas reações de rejeição, ignorância e temor".

A OMS recomenda uma maior disponibilidade de psicotrópicos em todos os níveis médicos e deseja que os hospitais psiquiátricos sejam substituídos por "espaços psiquiátricos" em hospitais gerais e pelo atendimento em domicílio.

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