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Especialista Alerta Sobre Riscos de Bronzeamento Artificial

Por Lisette Hilton

PALM BEACH (Reuters Health)
- Sabe-se há muito tempo que a exposição à luz ultravioleta B (UVB), que causa queimadura solar, aumenta o risco de câncer de pele. Agora, cientistas estão concluindo que a luz ultravioleta A (UVA), a luz do sol que bronzeia, aumenta o risco de melanoma, a forma mais mortal de câncer de pele.

As câmaras de bronzeamento artificial, que fornecem cerca de 99 por cento de UVA à pele, representam um perigo significativo aos usuários -- mesmo àqueles que usam as câmaras somente dez vezes ao ano.

Michael J. Franzblau, professor de dermatologia da Universidade da Califórnia, em São Francisco, apresentou evidências científicas dos perigos associados às câmaras de bronzeamento artificial e a exposição à UVA no recente 43o. Encontro Anual da Noah Worcester Dermatological Society.

Franzblau coordenou o esforço para conscientizar os dermatologistas e o público sobre os perigos das câmaras de bronzeamento artificial. Ele redigiu uma lei em 1988 para regularizar o uso das câmaras de bronzeamento no Estado da Califórnia e desde então conduziu diversos estudos sobre o assunto. Sua apresentação mais recente a dermatologistas foi uma revisão da literatura existente.

"Os cientistas do Laboratório de Brookhaven, que é um laboratório governamental de alta tecnologia em Nova York, conseguiram produzir melanomas em modelos animais usando UVA", disse Franzblau.

"O fotobiólogo do Laboratório de Brookhaven, Richard Setlow, está convencido de que a iniciação e promoção do melanoma em seres humanos é 95 por cento devido à UVA."

Os raios UVA passam pela pele para os tecidos que contêm células com pigmentos, que produzem melanina. Eles atacam a melanina, que é benigna, e a convertem em um fotocarcinógeno, que pode ser letal, de acordo com Franzblau.

"Minha preocupação é de que muitos jovens com menos de 30 anos podem desconhecer o risco", afirmou o pesquisador.

"Atualmente, a indústria é de 3 bilhões de dólares ao ano e o mês de pico de uso é em março por estudantes universitários pois eles querem ficar bem quando forem à praia durante o recesso de primavera."

Franzblau também se referiu ao estudo publicado em American Journal of Epidemiology em 1994. Os pesquisadores descobriram que mulheres jovens entre 18 e 30 anos que se submeteram a dez ou mais sessões de bronzeamento artificial durante um ano apresentaram uma incidência de melanoma sete vezes maior do que a de mulheres que não se submeteram às sessões de bronzeamento.

Se dependesse de Franzblau, as câmaras de bronzeamento artificial seriam proibidas. Ele recomendou que pessoas que continuam a usar as câmaras de bronzeamento artificial a pelo menos passar o tipo certo de protetor solar.

"Agora, enfatizamos que quando você for comprar protetores solares procure pelo ingrediente avobenzona, que é o único aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana reguladora de drogas e alimentos, para bloquear a UVA", alertou Franzblau.

Sinopse preparada por Reuters Health

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