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Injeção Aumenta Sobrevivência de Pacientes com Câncer Avançado

05 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). Os homens com câncer de próstata avançado podem viver mais se receberem uma terapia tendo como alvo o câncer que se espalhou para os ossos, de acordo com um estudo.

Normalmente, nos estágios mais avançados do câncer de próstata, a doença não responde à terapia hormonal e pode se disseminar para os ossos. Uma vez que o câncer se espalha, ou sofre metástase, para os ossos e, se a terapia de bloqueio hormonal não está funcionando, o tempo de sobrevivência médio é de nove meses ou menos.

Algumas formas de câncer de próstata dependem da formação dos hormônios masculinos (androgênios), de modo que o tratamento com compostos bloqueadores de androgênios pode deter o desenvolvimento do câncer. Mas, para homens com câncer de próstata que não depende de androgênios, o tratamento é mais difícil.

Agora, pesquisadores do Centro de Câncer MD Anderson, da Universidade do Texas, em Hounston, liderados por Shi-Ming Tu, afirmam que o acréscimo de uma única injeção da substância radioativa estrôncio 89 ao regime de drogas de quimioterápicas prolongou a sobrevivência dos homens com câncer de próstata avançado.

O estudo incluiu 103 homens com câncer de próstata avançado que não respondia à terapia hormonal e havia se espalhado para os ossos.

Após os pacientes serem submetidos a dois a três ciclos de quimioterapia, 72 homens cuja condição estava estável ou melhorando foram escolhidos para passar por outro curso com a droga quimioterápica doxorrubicina. Metade desses pacientes foi selecionada ao acaso para receber uma única dose de estrôncio 89 também.

Os resultados gerais da quimioterapia foram encorajadores, com 60 por cento dos 103 pacientes originais apresentando pelo menos uma queda de 50 por cento no PSA, ou antígeno específico da próstata, uma proteína formada pela próstata que tende a aumentar quando um homem tem câncer de próstata.

E 40 por cento dos homens tiveram uma redução de 80 por cento ou mais, afirmam os cientistas na edição de 3 de fevereiro de The Lancet.

Os homens que receberam estrôncio 89 tendiam a viver mais. A sobrevivência média dos homens no grupo de estrôncio 89 era cerca de 28 meses, em comparação a 17 meses para o grupo que não recebeu o tratamento.

"Nossas descobertas dão uma razão forte para trabalhos futuros com terapias tendo como alvo os ossos como uma estratégia terapêutica viável para pacientes com câncer de próstata avançado", concluem Tu e sua equipe. Eles destacam que "esses resultados precisam ser confirmados por estudos clínicos futuros antes de serem aceitos como um avanço clinicamente importante".

O estudo é encorajador, mas está longe de ser a palavra final sobre o uso de estrôncio 89 em homens com câncer de próstata avançado, de acordo com Alexandre R. Ziotta e Claude. Eles destacam, no editorial acompanhando a pesquisa, que as diferenças médicas nos dois grupos do estudo podem explicar em parte as diferenças no tempo de sobrevivência.

Os editorialistas também afirmam que pesquisas demonstram que o estrôncio 89 causa graves efeitos colaterais, incluindo leucemia mielógena aguda -- um aumento dramático no número de células sanguíneas brancas. Ziotta e Schulman concluem que "os dados são fortes o suficiente para justificar mais trabalhos sobre terapias dirigidas aos ossos nesse tipo de paciente".

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