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Descoberta Pode Levar a Exame de Sangue para Esquizofrenia

18 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Pesquisadores israelenses afirmaram na terça-feira que podem ter descoberto um teste de sangue para esquizofrenia. De acordo com os cientistas, o exame poderá ser usado para reduzir o tempo de realização de testes para o doença e talvez permitir que os pacientes recebam o tratamento mais cedo.

Os pesquisadores descobriram um gene que está especialmente superativado em pacientes com esquizofrenia e, segundo eles, o teste de identificação do gene foi relativamente fácil.

O gene, conhecido como D3, está associado a uma substância química importante, envolvida na transmissão de mensagens, chamada dopamina, disseram Tal Ilani e sua equipe, do Instituto de Ciência Weizmann, em Rehotov, Israel.

"A dopamina é o principal neurotransmissor do sistema nervoso central e seus receptores estão associados a diversos distúrbios neuropatológicos como a doença de Parkinson e a esquizofrenia", afirmaram os pesquisadores no estudo publicado em Proceedings of the National Academy of Sciences.

Ilani e sua equipe citaram outra pesquisa que demonstra que algumas células do sistema imunológico como os linfócitos carregam receptores para a dopamina -- pequenas entradas químicas nas células usadas por substâncias químicas, vírus e outras células.

Durante o estudo, os cientistas analisaram 14 pacientes com esquizofrenia e 14 pessoas da mesma idade e do mesmo sexo que não tinham a doença.

As pessoas com esquizofrenia tendiam a apresentar uma quantidade maior de uma certa classe desses receptores, chamados receptores de dopamina D3, de acordo com o estudo.

Ilani e sua equipe não contaram o número de receptores, mas realizaram testes genéticos que analisaram os níveis de RNA (ácido ribonucleico) mensageiro -- que indica como esse gene particular está atuando.

Os pacientes tomando medicamentos e aqueles que não usavam nenhuma droga tendiam a apresentar pelo menos o dobro da atividade do gene do receptor D3 do que pessoas sem esquizofrenia, afirmaram os pesquisadores. "Propomos o RNA mensageiro do receptor D3 nos linfócitos do sangue como um marcador de identificação e acompanhamento da esquizofrenia", disseram Ilani e sua equipe.

Os cientistas afirmaram que mais estudos são necessários, mas esperam que suas descobertas possam levar ao desenvolvimento de um teste de sangue para a doença, que afeta mais de 1 por cento da população mundial.

Normalmente, a esquizofrenia é diagnosticada no início da idade adulta. A doença não tem cura e as drogas usadas no tratamento causam graves efeitos colaterais.

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