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Colesterol Bom Explica Longevidade de Pessoas Centenárias

16 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Dietas e exercícios são fundamentais para saúde da maioria das pessoas, mas sempre existiram sortudos que podem fazer tudo que quiserem e viver cem anos. Agora, especialistas em genética estão encontrando as razões. Um novo estudo sugeriu que pessoas centenárias conservam um nível de colesterol naturalmente saudável para o coração durante a vida e passam esse dom os filhos.

Em geral, altos níveis sanguíneos de colesterol HDL ('bom') são considerados uma proteção contra doença cardíaca. "Mas ninguém havia mostrado que eram importantes para a longevidade", disse à Reuters Health Nir Barzilai, da Faculdade de Medicina Albert Einstein, no Bronx, Nova York.

O estudo de Barzilai inclui 27 pessoas centenárias e seus filhos e sugere que essas pessoas de vida longa são portadoras de uma mutação genética que mantém os níveis de HDL altos independentemente de dietas gordurosas, inatividade e fumo.

"Realmente estão protegidos, não importa o que façam", disse Barzilai ao observar que a maioria das pessoas é magra a vida toda.

O trabalho da equipe foi publicado na edição de 12 de janeiro do Journal of the American Geriatrics Society.

O estudo também revelou uma diferença entre os sexos: para viver até uma idade avançada, os homens podem precisar de altos níveis de colesterol HDL e baixos níveis de LDL ('ruim'). Já as mulheres precisam ter apenas altos níveis de HDL. Conforme Barzilai, esse fato pode ajudar a explicar porque as mulheres são mais propensas a chegar aos 100 anos mesmo em famílias em que a longevidade é comum.

No estudo, a equipe avaliou um grupo de judeus ashkenazi, população que tem sido muito estudada em consequência da semelhança genética dos indivíduos. Os pesquisadores mediram os níveis de colesterol sanguíneo em 27 pessoas centenárias, 33 dos seus filhos e 26 pessoas casadas com os filhos. Os pesquisadores também compararam estes níveis de colesterol aos níveis de um grupo controle de quase 400 pessoas de cerca de 60 anos de idade.

O estudo revelou que os filhos das pessoas centenárias tinham níveis de colesterol significativamente melhores que seus companheiros ou que o grupo controle. Entre as filhas, apenas os níveis de HDL foram superiores enquanto entre os filhos os níveis de LDL também eram melhores que nos grupos controle. Os próprios centenários tinham níveis de colesterol comparáveis aos níveis dos grupos controle mais jovens.

Como o nível alto de LDL e baixo de HDL são fatores de risco para doença cardíaca, Barzilai acredita que os níveis naturalmente saudáveis dos idosos que participaram do estudo protegem contra a principal causa de morte nos Estados Unidos.

Para o especialista, se os pesquisadores apontassem com precisão o gene que confere estes níveis benéficos de colesterol, seria possível desenvolver uma droga que poderia dar a sorte destes poucos à população em geral. Entretanto, esta droga não seria a "fonte da juventude", observou Barzilai.

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