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Maçãs podem diminuir o risco de derrame cerebral

NEW YORK, (Reuters Health) – Uma maçã por dia pode manter longe o derrame cerebral, sugerem resultados de um novo estudo.

De acordo com um novo artigo da revista European Journal of Clinical Nutrition, homens e mulheres que comem o equivalente a uma maçã por dia tem menor risco de derrame do que aqueles que não se alimentam regularmente com esta fruta.

Mesmo não sendo claro porque as maçãs parecem diminuir o risco de derrame, os autores sugerem que fatores de estilo de vida como uma boa dieta e hábitos de exercícios, que poderiam estar associados à ingestão de maçãs, ou outros componentes benéficos da fruta, podem desempenhar um papel nesta questão.

“Uma possibilidade que é especulada é que o efeito vem de alguns ácidos fenólicos presentes nas maçãs,” o Dr. Paul Knekt do Instituto Nacional de Saúde Pública em Helsinki, Finlândia, disse em entrevista à Reuters Health.

Os ácidos fenólicos são um tipo de antioxidantes, ou substâncias que capturam radicais livres. Os radicais livres são moléculas instáveis que são subprodutos do metabolismo normal, que obstruem artérias e causam alterações no DNA que levam ao câncer e outras doenças. Seja qual for o motivo, o risco mais baixo de derrame cerebral não parece ser resultado da quercetina, um antioxidante encontrado nas maçãs. Estudos anteriores relataram uma ligação entre a ingestão de flavinóides, um grupo de antioxidantes que inclui a quercetina, e risco diminuído de várias doenças crônicas.

De acordo com os resultados, homens que desenvolvem um derrame cerebral ao longo do período de 28 anos de acompanhamento, consumiram 3.57mg de quercetina por dia comparados com exatos 3.68mg por dia em homens que não tiveram derrame. Mulheres que apresentaram derrame consumiam 4.09mg de quercetina por dia, comparado com 4.07mg por dia das outras mulheres.

Apesar “de estes resultados sugerirem que a ingestão de maçãs está relacionada com um risco diminuído de derrame trombótico,” informam os autores, “esta associação aparentemente não é devido à presença de quercetina. O provável efeito protetor da ingestão de maçãs pode assim ser devido a outras substâncias na fruta ou simplesmente ao estilo de vida associado à ingestão de maçãs,” acrescentam eles.

Derrames trombóticos são causados por coágulos sangüíneos que interferem com a circulação livre de sangue. Outro tipo de derrame é hemorrágico; isto é, envolve a “ruptura” de um vaso, e resulta em hemorragia. Ambos os tipo de derrame ao final causam lesão porque os tecidos não são adequadamente supridos com sangue rico em oxigênio.

Os pesquisadores analisaram as ingestões de alimentos de mais de 9.000 homens e mulheres saudáveis. Homens que comem mais de 54g e mulheres que comem mais de 71g de maçã por dia – o equivalente a cerca de uma maçã – tem um risco menor de derrame do que aqueles que comem menos maçãs.

Baseado nestes resultados, Knekt recomenda que as pessoas continuem a comer uma dieta rica em frutas e vegetais, “uma vez que aparentemente eles nos protegem de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer,” disse ele à Reuters Health.

“Eu deixaria em aberto a questão de se existe um efeito benéfico extra no consumo de maçãs até que alguns outros estudos, desenvolvidos em outras circunstâncias, relatarem resultados similares ao do nosso estudo," acrescenta ele. Em outros estudos, diabéticos com alta ingestão de quercetina parecem estar sob risco aumentado de derrame. Os autores dizem que não existe explicação para este “resultado inesperado.”

FONTE: European Journal of Clinical Nutrition 2000;54:415-417.

Sinopse preparada por Reuters Health

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