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Igreja se Opõe a Campanha Anti-Aids na Zâmbia

09 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). - Grupos religiosos atacaram na segunda-feira uma campanha por sexo seguro feita pelo governo de Zâmbia no combate à Aids, dizendo que os anúncios estimulam a promiscuidade e a decadência moral.

Os anúncios, que orientam os zambianos a praticar sexo seguro com camisinhas, visam a deter a epidemia de HIV/Aids que infecta um em cada cinco zambianos.

A campanha gerou protestos da Igreja Católica, que tem influência considerável na vida cotidiana de milhões de zambianos cristãos.

"Os anúncios são ofensivos e de mau gosto. Sugerem a crianças e jovens que o sexo é uma coisa boa de fazer, desde que se use um preservativo", disse um porta-voz do secretariado católico.

"Eles encorajam a promiscuidade e a decadência moral." O secretariado exigiu que o governo tire os anúncios de circulação.

O ministro da Saúde do Zâmbia, Enock Kavindele, disse à Reuters que está ciente das reclamações, mas afirmou estar lidando com uma situação grave que requer uma terapia de choque.

"Disse a líderes religiosos que a perspectiva de pregar para igrejas vazias é bem alta se não lidarmos de modo firme com a Aids. Os anúncios podem ser ofensivos, mas devemos encarar a realidade", disse Kavindele.

Programas de educação no combate à Aids na África são quase sempre prejudicados por falta de verbas ou pouco apoio dos governos. A África subsaariana está no epicentro da epidemia mundial de Aids, com cerca de 70 por cento dos 34 milhões de casos do mundo. Só em Zâmbia, há 520 mil órfãos de Aids. Esse número deve dobrar nos próximos 14 anos.

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