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Brasil: Toxina Irá Auxiliar no Tratamento da Acalásia Chagásica

São Paulo, 8 de Janeiro de 2001(eHLA). Segundo tese de doutorado defendida pelo médico César Quintão Brant, da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), uma injeção da toxina botulínica em área específica do esôfago pode auxiliar no tratamento da acalásia chagásica (distúrbio do esôfago provocado pela doença de chagas). Esta toxina é utilizada na medicina estética por fazer desaparecer temporariamente as rugas faciais e pela propriedade de diminuir a transpiração excessiva nos casos de hiperhidrose axilar. Conforme os estudos de Brant, a aplicação de uma injeção intraesfincteriana de toxina botulínica pode substituir a cirurgia nos casos de acalásia chagásica, distúrbio que leva a grave dificuldade para engolir. A descoberta, apesar de animadora, ainda não está acessível à população: o custo de cada injeção é de US$ 400.

“Hoje se calcula que oito milhões de brasileiros estejam infectados pelo Tripanosoma cruzi, parasita transmissor da doença”, diz João Carlos P. Dias, diretor da Divisão de Doença de Chagas (DIDOCH), do Ministério da Saúde. A enfermidade foi descoberta em 1909, cientista brasileiro Carlos Chagas. “Esta doença deve merecer atenção especial do Governo e dos segmentos da população, pois, embora seja difícil sua cura, ela pode e deve ser prevenida, evitando-se que as novas gerações se contaminem”, explica.

Na doença de chagas, o mosquito barbeiro pica o homem e, em seguida, deposita suas fezes sobre o local. Por meio delas passa o parasito Tripanosoma cruzi. "Os sintomas da infecção só aparecem muitos anos depois", alerta o cardilogista Ângelo Amato Vincenzo de Paola, da Universidade Federal de São Paulo. O tripanossoma faz o coração bater depressa ou devagar demais, inflama seu músculo, deixando-o muito grande (tão enorme que ele acaba sem forças para bater). Quando o diagnóstico é precoce, é possível acabar com a infecção por meio de medicamentos. Se o coração já foi atingido, só resta o transplante.

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