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Hipertensão e diabetes podem agravar coronovírus

17 de março de 2020 (Bibliomed). A primeira morte por coronavírus no Brasil foi registrada nesta terça-feira (17/03). O paciente, um homem de 62 anos tinha diabetes, hipertensão e hiperplasia prostática (aumento benigno da próstata), e estava internado em um hospital particular de São Paulo. Essa morte levanta a questão: será que doenças pré-existentes podem aumentar o risco de contrair COVID-19? Três novos estudos indicam que essa é uma probabilidade e deve ser analisada cuidadosamente.

O primeiro estudo analisou a relação entre comorbidades distintas em 32 pacientes não sobreviventes em um grupo de 52 pacientes de uma unidade de terapia intensiva infectados pelo novo coronovírus (COVID-19). Liderado por Xiaobo Yang, o estudo identificou que as principais comorbidades nesse grupo foram doenças cerebrovasculares (22%) e diabetes (22%). Um segundo estudo envolveu 1.099 pacientes com COVID-19 confirmado, dos quais 173 tinham doença grave com comorbidades de hipertensão arterial (23,7%), diabetes mellitus (16,2%), doenças coronárias (5,8%) e doença cerebrovascular (2,3%). Já em um terceiro estudo, de 140 pacientes que foram admitidos no hospital com COVID-19, 30% tinham hipertensão e 12% tinham diabetes.

As comorbidades mais frequentes relatadas nesses três estudos de pacientes com COVID-19 são frequentemente tratadas com inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA). De acordo com pesquisadores, os coronavírus patogênicos humanos (coronavírus da síndrome respiratória aguda grave [SARS-CoV] e SARS-CoV-2) se ligam às células-alvo através da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), que é expressa pelas células epiteliais do pulmão, intestino, rim, e vasos sanguíneos. A expressão da ECA2 é substancialmente aumentada em pacientes com diabetes tipo 1 ou tipo 2, que são tratados com inibidores da ECA e bloqueadores dos receptores da angiotensina II tipo I (BRA). Dessa forma, pacientes tratados com tais medicamentos estariam predispostos a desenvolver a forma mais grave da doença, devendo ser incluídos no grupo de risco para COVID-19.

Fonte: The Lancet Respiratory Medicine. DOI: 10.1016 / S2213-2600 (20) 30116-8.

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