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Cultura do “sem dor, sem ganho” pode causar lesões

10 de janeiro de 2020 (Bibliomed). Quase três quartos dos nadadores de competição apresentam a lesão “ombro de nadador”, uma condição dolorosa que pode ser causada pelo excesso de treinamento. Pesquisa apresentada na American Academy of Pediatrics 2019 National Conference & Exhibition (AAP 2019), que ocorreu de 25 a 29 de outubro de 2019, em Nova Orleans, Estados Unidos, descobriu entrevistou nadadores competitivos do ensino médio e do clube de jovens e descobriu que muitas crianças estavam sofrendo de dor no ombro, o que parecia estar relacionado à distância que eles nadavam todos os dias. Simultaneamente, os nadadores sentiam quase universalmente que a dor era necessária para ter sucesso. Clubes de natação estavam mais associados à dor do que as equipes do ensino médio, em parte porque esses exercícios eram mais longos no tempo e na natação.

Os pesquisadores pesquisaram 150 jovens de 13 a 18 anos e descobriram que 76,7% dos nadadores relataram sentir dor no ombro nos últimos 12 meses e 66,0% concordam que "a dor leve no ombro deve ser tolerada" se eles querem se tornar nadadores bem-sucedidos e 61% que "tirar uma folga da natação não é o ideal". Cinquenta por cento relataram conhecer um competidor que usava analgésicos.

A pesquisa também mostra ligações claras entre distâncias nadando e dor. Daqueles que não relatam dor no ombro, as distâncias medianas da prática variaram de 1.568 a 3.513 jardas, enquanto aqueles que relataram dor nadaram entre 2.001-6.322 jardas por prática.

Para os pesquisadores, a pesquisa revelou que a dor é normalizada para nadadores do ensino médio e de clubes, e que quase metade dos atletas entrevistados conhece colegas que fazem uso de medicamentos para tratar essas lesões, o que representa outro sinal de alerta, especialmente no contexto da epidemia de opioides.

* 1 jarda = 0,9144 metros

Fonte: American Academy of Pediatrics 2019 National Conference & Exhibition (AAP 2019).

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