Notícias de saúde

Prevenção farmacológica do transtorno de estresse pós-traumático e transtorno de estresse agudo

03 de maio de 2019 (Bibliomed). O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é um transtorno mental comum associado a sofrimento significativo e redução das capacidades funcionais. Sua ocorrência após um evento traumático grave e associação com alterações neurobiológicas características tornam o TEPT um bom candidato para a prevenção farmacológica.

Estudo apresentado no 27th European Congress of Psychiatry (EPA 2019), que ocorreu de 06 a 09 de abril de 2019, em Varsóvia, Polônia, procurou estabelecer a eficácia da prevenção farmacológica do TEPT.

Foi realizada uma pesquisa sistemática para identificar ensaios clínicos randomizados (ECR) que utilizaram farmacoterapia precoce (dentro de três meses após um evento traumático) para prevenir e tratar TEPT e TEA em crianças e adultos. Usando a metodologia preconizada pela Colaboração Cochrane, os ECRs foram identificados e avaliados quanto ao risco de viés. Os dados disponíveis foram meta-analisados ​​para calcular as razões de risco (RR) para a prevalência de TEPT e diferenças médias padronizadas (SMD) para a gravidade do TEPT.

Dezenove ECRs atenderam aos critérios de inclusão: 15 estudos com adultos participantes e quatro com crianças. A qualidade metodológica da maioria dos ensaios foi baixa. Apenas a hidrocortisona em adultos mostrou ser superior ao placebo (três estudos, n=88, RR: 0,21 (IC 0,05-0,89), embora tenha sido observado em populações com doença física grave, levantando preocupações sobre generalizar esta observação. Nenhum efeito significativo foi encontrado para outras farmacoterapias investigadas (propranolol, ocitocina, gabapentina, ácido docosahexaenóico, óleo de peixe, escitalopram, imipramina e hidrato de cloral).

Os pesquisadores, que não forneceram declaração de conflito de interesses, concluíram que a hidrocortisona é a mais promissora das farmacoterapias avaliadas por ECRs, como uma intervenção emergente na prevenção de TEPT e deve ser um alvo para futuras investigações. Contudo, atualmente, há falta de evidências para sugerir que outros agentes farmacológicos provavelmente sejam eficazes.

Fonte: 27th European Congress of Psychiatry (EPA 2019), 06 a 09 de abril de 2019, Varsóvia – Polônia.

Copyright © 2019 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários