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Redes sociais e a desinformação acerca das vacinas

17 de abril de 2019 (Bibliomed). Devido em parte ao declínio das taxas de vacinação, em 2018 mais de 20 estados dos Estados Unidos relataram pelo menos um caso de sarampo, e mais de 40.000 casos foram confirmados na Europa. Postagens anti-vacinas nas mídias sociais podem estar facilitando o comportamento anti-vacinação. Recente estudo teve como objetivo caracterizar sistematicamente (1) indivíduos conhecidos por postar publicamente o conteúdo de anti-vacinação no Facebook, (2) as informações que eles transmitem e (3) a disseminação deste conteúdo. O estudo foi publicado na revista Vaccine.

Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh School of Medicine usaram dados de 197 indivíduos que postaram comentários de antivacinação em resposta a uma mensagem de promoção de vacinação postada no Facebook. O conteúdo publicamente disponível foi sistematicamente analisado usando codificação quantitativa, análise descritiva, análise de redes sociais e uma avaliação qualitativa aprofundada.

Os pesquisadores descobriram que 89% dos indivíduos são identificados como femininos. Trinta e seis estados e oito outros países foram representados entre 136 indivíduos que divulgaram sua localização. A análise da modularidade revelou quatro subgrupos distintos em uma rede de dois modos de indivíduos e tópicos; esses subgrupos eram rotulados como “confiança”, “alternativas,” “segurança” e “conspiração”.

Por exemplo, um comentário representativo de “conspiração” é que o poliovírus não existe e que os pesticidas causam sintomas clínicos de poliomielite. Um exemplo do subgrupo “alternativas” é que comer iogurte cura o papilomavírus humano. Uma análise qualitativa mais profunda de todos os perfis de 197 indivíduos descobriu que esses indivíduos também tendem a postar material contra outras práticas relacionadas à saúde, como a fluoretação da água e a circuncisão.

Portanto, indivíduos de todo o mundo que se opõem à vacinação estão se conectando via mídia social. Isso indica a necessidade de médicos e pesquisadores desenvolverem intervenções para combater a propagação de desinformação sobre vacinas nas mídias sociais. Os argumentos contra a vacinação são diversos, mas permanecem consistentes dentro de subgrupos de indivíduos. Aqueles que se opõem à vacinação frequentemente deturpam dados e distorcem a percepção de risco ao espalhar suas mensagens no Facebook. Seria valioso para os profissionais de saúde movimentarem as redes sociais para fornecer mensagens mais eficazes e dirigidas a diferentes públicos.

Fonte: Vaccine. DOI: 10.1016/j.vaccine.2019.03.003.

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