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Governo brasileiro aprova medicamento para tratamento de Leishmaniose Visceral Canina

25 de outubro de 2016 (Bibliomed). A Leishmaniose é uma zoonose classificada entre as seis endemias prioritárias no mundo, cuja transmissão ocorre pela picada do vetor flebótomo (Lutzomia spp – “mosquito-palha”) infectado. O homem pode ser contaminado se estiver presente em uma área endêmica, como viajante ou como residente. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. A doença, que possuía caráter eminentemente rural, expandiu-se para as áreas urbanas, tornando-se um problema de saúde pública. Hoje, a região Nordeste é a mais acometida, além de outros grandes centros como Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS) e outros municípios paulistas como Araçatuba, Bauru, Presidente Prudente.

A aprovação do MilteforanTM, desenvolvido pelo laboratório farmacêutico veterinário Virbac para o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina, representa um marco na medicina veterinária brasileira. Por não haver, até então, tratamento comprovadamente seguro e eficaz, os animais acometidos pela zoonose eram indicados à eutanásia. O cão é o principal reservatório da doença, que é transmitida para os humanos pelo “mosquito-palha”

A Leishmaniose Visceral Canina é caracterizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das seis doenças infecciosas mais importantes do mundo. Ela já foi detectada em pelo menos 12 países da América Latina, sendo que 90% dos casos ocorrem no Brasil. Entre 2009 e 2013 foram registrados aproximadamente 18 mil casos confirmados em seres humanos e, para cada caso reportado, estima-se que haja 200 cães infectados, segundo pesquisas do Ministério da Saúde juntamente com a Secretaria de Vigilância em Saúde.

Este mês, por meio de nota oficial conjunta, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Ministério da Saúde anunciaram a autorização do registro do produto MilteforanTM, de propriedade da empresa Virbac - indústria farmacêutica francesa de presença mundial e dedicada exclusivamente à saúde animal. Indicado para o tratamento da leishmania nos cães, o produto está previsto para ser lançado oficialmente no início de 2017.

O processo de aprovação contou com o apoio e influência de membros do Brasileish (Grupo de Estudos sobre Leishmaniose Animal), que há oito anos lutam junto com a Virbac pela aprovação da comercialização do Milteforan no Brasil, tendo em vista que este é o principal medicamento para tratamento da doença em outros países, principalmente na Europa. “Essa vitória é extremamente importante, pois se trata de um assunto de saúde publica, já que os cães infectados, quando tratados corretamente, deixam de ser reservatórios para o mosquito que transmite a doença para o homem”, afirma Valdir Avino, gerente de assuntos regulatórios da Virbac.

Além disso, a aprovação do tratamento no Brasil representa maior segurança para os donos dos cães, uma vez que é de amplo conhecimento que muitas pessoas, por não aceitarem sacrificar seus cães, apelavam para o mercado negro, importando o medicamento de forma ilegal e sem qualquer garantia em relação à qualidade do produto.

De acordo com os estudos realizados pela Virbac, o MilteforanTM proporciona visível melhora clínica dos animais com uma importante redução de sua carga parasitária, o que o torna uma ferramenta importante para a diminuição da transmissão da doença.

Os animais tratados com MilteforanTM requerem monitoramento periódico. A cada quatro meses, todos os animais devem ser reavaliados por seus médicos veterinários para que um novo ciclo de tratamento de 28 dias seja instituído. “Os médicos veterinários e os proprietários de cães infectados devem assumir a responsabilidade de reavaliá-los e de retratá-los por toda a vida. É um compromisso importante que devem assumir para que se interrompa o ciclo da doença”, explica Avino.

A Leishmaniose Visceral Canina é uma patologia que pode ser confundida com outras doenças e requer diagnóstico específico. Este deve ser realizado por uma triagem sorológica, confirmado por uma avaliação clínica correta e por exames específicos, como o PCR-RT e citologia de medula.

Fonte: AtitudeCom | Estratégia em comunicação

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