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Adolescentes grávidas são vítimas de violência

19 de dezembro de 2013 (Bibliomed). Estatísticas epidemiológicas levantadas pela Universidade de São Paulo (USP) mostraram que quase 60% das mulheres que já engravidaram foram vítimas de algum tipo de violência doméstica por parte do parceiro íntimo no decorrer da vida conjugal, e 20% destas sofreram violência psicológica e física grave durante a gravidez.

Entre as principais agressões ocorridas durante a gestação estão socos, queimaduras e ameaças com armas brancas ou de fogo.

O estudo envolveu 61 adolescentes grávidas que estavam cadastradas no Hospital Universitário da USP (HC-USP) e que compareceram ao Pronto Atendimento de Obstetrícia no período compreendido entre outubro e dezembro de 2012.

As gestantes foram entrevistadas de forma anônima, respeitando a privacidade e a intimidade das jovens. Essas tinham livre escolha para participar ou declinar do estudo quando desejassem.

Os discursos das entrevistadas revelaram alta incidência de violência intrafamiliar durante a gestação. Os resultados mostraram que 36 das 61 entrevistadas já foram vítimas de violência intrafamiliar, isto é, que se passa ou se dá dentro do grupo familiar. Destas, 29 (47,54%) sofreram violência psicológica, 12 (20%) sofreram violência institucional, cinco (8%) foram vítimas de violência física, quatro (7%) foram vítimas de violência moral e três (5%) foram vítimas de violência sexual.

Para os pesquisadores, a violência intrafamiliar constitui um grave problema de saúde pública, já que afeta profundamente a integridade física e psicológica das vítimas, podendo causar sintomas e transtornos, como doenças no aparelho digestivo e circulatório, dores e lesões musculares, desordens menstruais, ansiedade, depressão, suicídio, uso de entorpecentes, transtorno de estresse pós-traumático, lesões físicas, privações, entre outros.

Fonte: Agência USP, 12 de dezembro de 2013

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