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Mergulhos de cabeça causam epidemia de paraplegia

19 de março de 2013 (Bibliomed). Passeios a cachoeiras ou lagoas podem ser extremamente perigosos. Mergulhar de cabeça em águas rasas é a quarta maior causa de fratura e/ou luxação das vértebras da coluna cervical, associada ou não a lesões medulares. O acidente pode fazer com que a pessoa se torne dependente de uma cadeira de rodas ou fique incapacitada de outras formas.

A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia em associação com a Sociedade Brasileira de Coluna, lançaram uma campanha com o objetivo de reduzir o número de acidentes desse tipo e ensinarem a população a nunca mergulhar de cabeça em locais desconhecidos. Quando a cabeça do mergulhador chega ao fundo do corpo de água e atinge o solo, o pescoço se dobra em um ângulo anormal, causando a lesão.

“Como os feixes nervosos passam por dentro da coluna vertebral, quando uma vértebra se parte ou se desloca, um ou mais nervos podem ser atingidos e o efeito vai da diminuição da força num braço ou numa perna, até a paralisia completa dos braços e pernas”, explica o coordenador de Campanhas do Comitê da Coluna, Alexandre Podgaeti.

Em casos extremos, a pessoa pode não conseguir realizar qualquer movimento assim que houver o trauma, fazendo com que ela não consiga sair da água e precise ser retirada para não morrer afogada.

De acordo com as estatísticas ocorrem 83 casos desse tipo de acidente para cada milhão de habitantes no mundo por ano. Porém, no nordeste brasileiro o índice é maior, chegando a 91 casos. Durante o verão, quando há uma procura maior por formas de refrescamento, a incidência dos acidentes se torna assustadora. O Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, em São Paulo, informa que durante o verão 10 pessoas ficam paraplégicas por semana no Brasil.

Para evitar esse grande problema, a orientação dos especialistas é bem simples: nunca mergulhe de cabeça em águas desconhecidas. Entre primeiro no corpo de água e se familiarize com a profundidade do local.

Caso o acidente aconteça, a vítima deve ser retirada da água e imobilizada até que o socorro chegue ao local. Isso é essencial, já que “se houve uma fratura ou deslocamento de alguma vértebra , qualquer movimento pode levar um fragmento de osso a cortar um nervo, que pode não se recuperar”, completa Podgaeti.

Fonte: DOC Press, 15 de março de 2013