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Viagra pode causar perda auditiva

15 de fevereiro de 2011 (Bibliomed). O uso de inibidores de fosfodiesterase do tipo 5 (IPDE-5), como o citrato de sildenafil, presente no Viagra, podem levar a perda auditiva neurossensorial súbita. É o que aponta estudo publicado na Archives of Otolaryngology-Head & Neck Sugery.

Segundo o autor do estudo, Dr. Gerald McGwin, do Department of Epidemiology, School of Public Health, University of Alabama, não há estudos epidemiológicos que tenham avaliado a associação entre o uso de IPDE-5 e a perda auditiva. “Para ajudar a preencher essa lacuna na literatura atual, este estudo avalia esta relação em uma amostra populacional de homens nos Estados Unidos", afirma McGwin.

Por meio de regressão logística, o estudo comparou indivíduos com e sem perda auditiva com o uso dos inibidores de IPDE-5 antes e após o ajuste dos possíveis fatores de complicação. Durante dois anos os cientistas acompanharam 11.525 homens com, 40 anos ou mais, escolhidos a partir do levantamento Medical Expenditure Panel Survey entre 2003 e 2006.

Os resultados da pesquisa mostraram que a incidência de perda auditiva foi de 17,9%, percentual que aumentou com a idade. Aproximadamente 2% dos pacientes tinham tomado algum tipo de droga IPDE-5, sendo 80,3% deles os utilizaram sildenafil (Viagra).

Segundo o estudo, as maiores perdas auditivas estão relacionadas ou uso de sildenafil. Para o Dr. McGwin, a relação entre o IPDE-5 e a perda de audição pode ser resultado de uma tendência das drogas que promovem o congestionamento do tecido erétil nasal, elevando a pressão no ouvido médio. Sugere-se ainda, que os IPDE-5 podem intensificar os efeitos do óxido nítrico, que tem várias implicações em uma série de doenças otológicas.

Como a perda auditiva é irreversível e seu impacto na qualidade de vida é enorme, o Dr. McGwin lembra a importância de informar às pessoas sobre os possíveis efeitos colaterais do medicamento. “É prudente que os pacientes que fazem uso destes medicamentos, mais especificamente o sildenafil, sejam avisados sobre os sinais e sintomas de deficiência auditiva e orientados a procurar atendimento médico imediato para prevenir potencialmente os danos permanentes", diz.

Fonte: Archives of Otolaryngology-Head & Neck Surgery, 14 de fevereiro de 2011