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Menos de 5% das pessoas seguem recomendações contra disseminação de gripes, diz estudo

14 de julho de 2010 (Bibliomed). Pouco menos de 5% das pessoas, quando espirram ou tossem, cobrem a boca e o nariz com o braço ou com um lenço descartável - medida recomendada pelas autoridades de saúde para prevenir a transmissão de gripes e resfriados -, segundo estudo neozelandês apresentado nesta semana na Conferência Internacional sobre Doenças Infecciosas Emergentes. De acordo com os pesquisadores, apesar de toda a campanha mundial realizada no ano passado para o combate da pandemia da nova gripe A (H1N1), a maioria das pessoas não seguem as recomendações para evitar a disseminação dessas infecções.

Durante o mês de agosto de 2009, 13 estudantes de medicina da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, passaram a observar o comportamento das pessoas em uma estação de metrô, um hospital e um shopping, registrando 384 episódios de tosse e espirro. Nessas ocasiões, mais de 26% ocorreram sem nenhuma cobertura, enquanto em apenas 4,7% dos casos a tosse ou espirro foi coberta por um tecido - que poderia ser um lenço ou da própria camisa -, um lenço de papel ou pelo braço. Mas a grande maioria das pessoas - em 64% dos casos - cobria a tosse e os espirros com as mãos - prática desaprovada pelas autoridades de saúde, por facilitar a disseminação de vírus.

Os especialistas destacam, entretanto, que, embora cobrir a boca e o nariz com as mãos não seja a prática indicada - por disseminar os vírus para superfícies que as pessoas tocam -, isso seria ainda melhor do que tossir ou espirrar livremente. “Provavelmente, a principal transmissão é pela exposição à tosse descoberta, mais do que por superfícies contaminadas”, destacou o pesquisador Nick Wilson, líder do estudo. “Obviamente, a tosse descoberta em locais onde não há ninguém não é arriscada, mas as autoridades em saúde pública querem que as respostas apropriadas sejam automáticas, isto é, sempre tussa em um lenço ou em seu braço”, acrescenta o especialista.

Para os autores, todos os países deveriam fazer estudos similares, pois essas tendências podem variar, principalmente de acordo com a educação para a saúde de cada população. Para um melhor comportamento das pessoas nesse sentido, o especialista defende que essas práticas sejam ensinadas nas escolas. “Haverá alguns benefícios para os adultos que aprenderem isso na infância. Mas as campanhas de massa nos meios de comunicação durante as epidemias e pandemias são muito válidas para que os adultos sejam encorajados a mudar”, concluiu Nick Wilson.

Fonte: EurekAlert. Public release. 12 de julho de 2010.

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